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CNC prevê consumo aquecido no 1º trimestre do ano

Economistas acreditam que queda do consumo em janeiro foi momentanêa, mas preveem aumento da inadimplência em 2011

O CNC prevê crescimento de 8,3% nas vendas do varejo em 2011 (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2011 às 12h28.

O primeiro trimestre de 2011 deve contar com um consumo ainda aquecido, impulsionado principalmente por famílias mais pobres. A tendência também é de aumento do nível de inadimplência. A análise foi feita pelos economistas da Confederação Nacional do Comércio (CNC) Fábio Bentes e Bruno Fernandes, que avaliaram as pesquisas de Intenção de Consumo das Famílias e de Endividamento e Inadimplência do consumidor, ambas referentes a janeiro, anunciadas hoje pela CNC.

Segundo Bentes, a queda de 2,9% no indicador de intenção de consumo das famílias em janeiro deste ano ante dezembro de 2010 foi a mais forte desde o início da pesquisa, em janeiro do ano passado. No entanto, ele disse que este recuo é explicado por fatores sazonais.

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"Em dezembro, tivemos uma alta recorde na intenção de consumo (de 3,1%), por conta das compras relacionadas ao Natal. Em janeiro, o interesse por compras diminui naturalmente, por conta de uma alta expressiva já ocorrida em dezembro. Não há mais aquela euforia, devido ao pagamento do 13º salário", explicou.

Bentes disse ainda que o ano de 2010 contou com vendas recordes no varejo. Segundo ele, o ano passado foi marcado por condições muito favoráveis para as compras, como benefícios fiscais estimulando as vendas de bens duráveis e uma oferta mais ampla de crédito. "As vendas do varejo devem encerrar 2010 com alta recorde de 11,2%, nos dados apurados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mas mesmo com a perspectiva de oferta mais restritiva de crédito este ano, por conta das medidas anunciadas pelo governo, as vendas do varejo em 2011 devem subir 8,3%", afirmou o especialista.

"Para se ter uma ideia, o recorde atual nas vendas do varejo é o de 2007, com alta de 9,7%. Ou seja, é muito próximo", disse. Ele argumentou que o mercado de trabalho continua, no início do ano, a apresentar bons resultados, com impacto positivo no poder aquisitivo do brasileiro.

Os aumentos no patamar de salário mínimo contribuíram para a continuidade da trajetória de alta no consumo entre os mais pobres. O técnico informou que, em janeiro, somente entre os pesquisados com ganhos até dez salários mínimos, o indicador de intenção de consumo das famílias subiu 9,6% contra dezembro - sendo que, no mesmo período de comparação, entre famílias com renda acima de dez salários mínimos, o índice caiu 2,6%.

Por sua vez, o economista Bruno Fernandes comentou que a inadimplência do consumidor deve subir no primeiro trimestre de 2011. Ele explicou que, no início do ano, o brasileiro costumeiramente conta com um nível maior de despesas, como pagamento de mensalidades escolares, material escolar e impostos. Ou seja: o consumidor pode desviar recursos para pagar estas despesas e deixar de pagar dívidas já tomadas. Ele comentou, no entanto, que ao longo do ano, o interesse do brasileiro por empréstimos deve recuar devido a juros mais elevados - cenário influenciado pelas recentes medidas do governo, de aumento nos depósitos compulsórios.

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