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Centrão se irrita com demora de Bolsonaro em nomear cargos

Nomeações do PP, PL, Republicanos e PSD eram esperadas no Diário Oficial na última sexta-feira

Bolsonaro: presidente negocia cargos em troca de apoio no Congresso (Alan Santos/PR/Flickr)
AO

Agência O Globo

Publicado em 28 de abril de 2020 às 12h40.

Líderes de partidos do centrão já começaram a manifestar insatisfação com a demora do governo em nomear os indicados para uma série de cargos oferecidos pelo governo federa l nas últimas semanas. Os nomes aguardam uma análise de currículo no momento.

As negociações envolvem quatro partidos: PP, PL, Republicanos e PSD. Entre eles, definiram quem iria pedir o quê. O PP ficou com as presidências do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).

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O PL teria direito a indicar o presidente do Banco do Nordeste, e o Republicanos, uma secretaria no Ministério do Desenvolvimento Regional. Já o PSD negocia superintendências da Funasa nos estados. Os nomes foram enviados ainda no início da semana passada.

Na sexta-feira, lideranças desses partidos protegeram Jair Bolsonaro na repercussão das acusações do ex-ministro Sergio Moro. O ex-juiz da Lava Jato disse que o presidente tentou interferir na Polícia Federal e tomar conhecimento de investigações sigilosas sobre ele e seus filhos.

Líderes do centrão esperavam, porém, que as nomeações saíssem na última sexta-feira. Mesmo considerando o dia conturbado com o pedido de demissão de Sergio Moro, não estão contentes com a ausência de indicações no Diário Oficial até esta terça-feira.

O líder do PP, Arthur Lira (AL), disse em entrevista à CNN nesta segunda-feira que o ministro da Economia Paulo Guedes está mais preocupado com "bancos, com mercado financeiro e bolsa de valores" do que com o país. Entre os demais líderes, a provocação foi entendida como um recado de que, se o PP não conseguir o que pediu, continuará a bater no governo.

Desejos não atendidos

Nas tratativas de partidos do centrão com o governo que se estendem há duas semanas, líderes e dirigentes sinalizaram que não iriam se contentar com cargos de segundo escalão e voltaram a pressionar por ministérios no governo de Jair Bolsonaro.

Vislumbrando um enfraquecimento da ministra da Agricultura Teresa Cristina (DEM) na base bolsonarista nas redes sociais, o PP demonstrou interesse no espaço. Já o PL sinalizou que queria voltar a controlar o Ministério da Infraestrutura, onde está abrigado o DNIT, órgão que por muitos anos foi controlado pelo partido.

Em ambos os casos, a sinalização do Palácio do Planalto foi negativa. Não foi a única tratativa que deu errado. O presidente do Solidariedade, Paulinho da Força (SP), tem dito aos colegas que recusou a proposta do governo de indicar um nome para o Porto de Santos.

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