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Caso Marielle: Rivaldo Barbosa será ouvido nesta segunda-feira pela Polícia Federal

Ex-delegado da Polícia Civil do RJ está preso desde 24 de março, suspeito de ser um dos mandantes intelectuais do homicídio da vereadora

Caso Marielle: Rivaldo Barboza foi preso em 24 de março, junto com Chiquinho e Domingos Brazão. Os três estão presos desde esse dia (Renan Olaz/Câmara Municipal do Rio/Reprodução)

Caso Marielle: Rivaldo Barboza foi preso em 24 de março, junto com Chiquinho e Domingos Brazão. Os três estão presos desde esse dia (Renan Olaz/Câmara Municipal do Rio/Reprodução)

Agência o Globo
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Publicado em 3 de junho de 2024 às 10h51.

A Polícia Federal (PF) vai ouvir, nessa segunda -feira, 3, o depoimento do ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa. Ele é acusado de ser um dos três mandantes intelectuais do homicídio da vereadora Marielle Franco e atuado para proteger os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão. Rivaldo será ouvido na Penitenciária Federal de Brasília, onde está preso desde o dia 24 de março. Ele havia apresentado um pedido de reconsideração da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou sua prisão preventiva.

“Ao Exmo. Ministro, por misericórdia, solicito que V.Exa. faça os investigadores me ouvirem, pelo amor de Deus”, escreveu Barbosa em um bilhete entregue ao oficial de justiça que o notificou dentro da Penitenciária Federal de Brasília.

Na ocasião, em petição ao STF, Rivaldo afirmou que ainda não tinha sido ouvido pelos investigadores, mesmo com ordem judicial.
 Na semana passada Moraes determinou que o delegado prestasse o depoimento no prazo de cinco dias.

“Senhor Delegado, e encaminho-lhe os termos da decisão de cópia anexa para adoção das providências necessárias ao seu cumprimento, no sentido de proceder à oitiva do denunciado Rivaldo Barbosa de Araújo Júnior, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, assegurado o direito ao silêncio e a garantia de não autoincriminação, se instado a responder a perguntas cujas respostas possam resultar em seu prejuízo”, escreveu Moraes, em resposta ao pedido do delegado.

Além do delegado, foram alvos dos mandados de prisão preventiva cumpridos em 24 de março o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). No último dia 10, eles foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Todos os envolvidos negam os crimes.

Participação de Rivaldo no Caso Marielle

O delegado Rivaldo Barbosa foi chefe de Polícia Civil durante as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, de março a dezembro de 2018. Na época, o Rio estava sob intervenção federal.

Foi Rivaldo quem deu o aval para o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Domingos Brazão, apontado como mandante do crime, segundo a delação de Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle, que o crime ficaria impune. Além dele, o irmão de Domingos, o deputado federal Chiquinho Brazão, foi delatado como suspeito de ordenar a execução da parlamentar.

Foi Rivaldo também quem levou ao titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Giniton Lages, encarregado do caso e escolhido por ele, a informação de que três delegados da Polícia Federal teriam conseguido achar uma suposta testemunha do crime, mas se tratava de uma farsa, o que foi comprovado pela PF numa apuração paralela, conhecida como "investigação da investigação'".

Na primeira fase do caso Marielle, Rivaldo ligou para Giniton e mandou que ele interrogasse o então policial militar Rodrigo Ferreira, o Ferreirinha, apresentado como testemunha de uma conversa entre Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando da Curicica, e o vereador Marcello Siciliano, em que teriam planejado matar a vereadora. Mas a versão era falsa, como foi confirmado, dez meses depois, numa apuração paralela da Polícia Federal, que ficou conhecida como "investigação da investigação".

Dias depois da morte de Marielle, Rivaldo se reuniu com parlamentares da bancada do PSOL para garantir que o crime seria esclarecido o mais rápido possível. Em entrevista, o delegado chegou a dizer: "Nós estamos no caminho certo. A complexidade está na forma de atuação dos assassinos. Mas, a gente está fazendo de tudo para esclarecer essa atividade criminosa".

Antes de ser chefe de Polícia Civil, Rivaldo foi subsecretário da Subsecretaria de Inteligência da Segurança, durante um período quando o secretário de Segurança era o delegado da Polícia Federal José Mariano Beltrame, na gestão do ex-governador Sérgio Cabral.

Em seguida, Rivaldo ocupou os cargos de titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e diretor da Divisão de Homicídios, responsável pelas três delegacias que elucidam assassinatos no estado. Até ser preso, ele se encontrava à frente da Coordenadoria de Comunicações e Operações Policiais, que cuida da operação com rádios da corporação.

 

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