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Câmara adia votação de projeto que reduz desoneração

A votação na Câmara do projeto que reduz a política de desoneração da folha de pagamento parte das medidas de ajuste fiscal do governo da presidente Dilma


	Câmara dos Deputados: votação foi adiada para a próxima semana
 (Wilson Dias/Agência Brasil)

Câmara dos Deputados: votação foi adiada para a próxima semana (Wilson Dias/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2015 às 20h23.

Brasília - A votação na Câmara dos Deputados do projeto de lei que reduz a política de desoneração da folha de pagamento, parte das medidas de ajuste fiscal do governo da presidente Dilma Rousseff, foi adiada para a próxima semana, anunciou o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nesta quinta-feira.

Inicialmente, a proposta que reduz a desoneração da folha para mais de 50 setores da economia seria votada nesta quinta, mas acabou adiada em meio a uma sessão tumultuada por conta dos episódios envolvendo senadores brasileiros em visita a Venezuela, que acirrou os ânimos de parlamentares, principalmente da oposição.

"Isso (o episódio na Venezuela) obviamente contaminou o processo legislativo do dia de hoje", disse Cunha a jornalistas após encerrar a sessão desta quinta.

"Acabou tornando inviável qualquer tipo de deliberação." A votação está prevista para a próxima quarta-feira, disse à Reuters o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE).

O governo tinha a expectativa de votar o projeto de lei nesta quinta, mas deputados interromperam o debate após receberem a notícia de que teria sido apedrejado o ônibus que transportava comitiva de parlamentares oposicionistas brasileiros na Venezuela, para visitar líderes da oposição ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que estão presos.

O clima esquentou no plenário, que passou a analisar uma moção de repúdio ao tratamento dispensado aos parlamentares brasileiros. Antes disso, faltava consenso da base sobre o projeto em si.

Pouco antes do ambiente ficar tenso por conta do ocorrido na Venezuela, o PMDB havia anunciado acordo em torno do relatório do projeto, redigido pelo líder da bancada, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ). O parecer ainda é passível de negociação na base, que pleiteia a inclusão de mais setores em um grupo de cadeias escolhido pelo relator para sofrer uma oneração menor.

Segundo o ministro da Aviação Civil e integrante de articulação política do governo, Eliseu Padilha, que participou da reunião da bancada do PMDB, pode haver alguma alteração no texto elaborado por Picciani no decorrer da votação para justamente encaixar novos setores nesse grupo diferenciado.

A mudança ocorreria ou por meio da votação de emendas destacadas para votação em separado, ou ainda pela iniciativa do próprio relator. Todas as mudanças, no entanto, respeitarão uma meta de economia estabelecida pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em reunião com parlamentares aliados na manhã desta quinta.

"Haverá no plenário destaques propondo que se faça (mudanças) sem alterar o montante total, que se faça algum tipo de exceção para outros setores. Teríamos então o mesmo valor no total", disse o ministro.

O projeto altera as desonerações da folha concedidas a 56 setores da economia, com elevação das alíquotas de contribuição previdenciária sobre a receita bruta para a maioria dos setores, que passariam de 1 para 2,5 por cento para a indústria, e de 2 para 4,5 por cento, para empresas de serviços. Já os setores que receberam tratamento diferenciado do relator --comunicação social, transportes, call centers e empresas de produtos alimentícios da cesta básica-- teriam um incremento nas alíquotas menor, e elas passariam de 1 por cento para 1,5 por cento, e de 2 por cento para 3 por cento.

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