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Brasil mantém voos vindos do Reino Unido, apesar de nova mutação

País continuará recebendo voos vindos do Reino Unido, onde a nova variação da covid foi identificada; Argentina, Chile e outros 40 países suspendem tráfego aéreo

Covid-19: Chamada de B.1.1.7, a variação do coronavírus é responsável por 60% dos novos casos de covid registrados em Londres (Niklas HALLE'N/Getty Images)
CA

Carla Aranha

Publicado em 21 de dezembro de 2020 às 13h08.

Última atualização em 21 de dezembro de 2020 às 18h37.

O Brasil não deverá tomar nenhuma providência específica sobre os voos vindos do Reino Unido em função da possibilidade da propagação da nova mutação da covid, identificada em Londres e no sudeste da Inglaterra, segundo fontes do governo brasileiro.

Desde domingo, dia 20, uma série de países decidiu barrar passageiros que embarcariam em aeroportos do Reino Unido por causa da nova variante da covid, que, segundo o governo britânico, tem uma capacidade de propagação 70% superior àquela da cepa original. A variação do vírus se liga com mais facilidade às células humanas.

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O Brasil deverá exigir um certificado do exame PCR, que detecta a presença do coronavírus no organismo poucos dias após a contaminação, de todos os passageiros que chegarem ao país a partir do dia 30 deste mês. Medidas adicionais não deverão ser tomadas.

Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, o coordenador executivo do Centro de Contingência da covid-19 em São Paulo, Carlos Gabbardo, disse que a preocupação com os voos vindos do Reino Unido é "extremamente importante". Ele frisou, no entanto, que cabe ao governo federal deliberar sobre a questão.

Uma longa lista de países já anunciou a suspensão de voos do Reino Unido, entre eles a Argentina, Chile, Peru, Colômbia, Canadá, Áustria, Alemanha, Croácia, Itália, Espanha, Rússia, França, Polônia, Noruega, Turquia, Arábia Saudita, Jordânia, Marrocos e Índia. Cerca de 40 países já anunciaram o bloqueio ao tráfego de passageiros que embarcam no Reino Unido.

Chamada de VUI-202012/01 (em inglês, variant under investigation ), a variação do coronavírus identificada pela primeira vez em setembro no Reino Unido é responsável por 60% dos novos casos de covid registrados em Londres, segundo o governo britânico. No final de semana, o secretário de saúde do país, MattHancock, disse que a nova variação está fora de controle e orientou a população a ficar em casa.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou que se trata de uma nova variação da covid. A entidade disse que foi notificada sobre a mutação na semana passada. Outra mutação infecciosa foi detectada na África do Sul.

Variações já eram esperadas, já que fazem parte do comportamento evolutivo dos vírus. A maior preocupação se refere à capacidade de contágio da mutação, bastante superior a do vírus original.A variante pode inclusive estar suplantando outras mutações daSars-Cov-2, acreditam os cientistas.

A mesma mutação foi identificada na Dinamarca, Holanda e Austrália, embora ainda não tenha se espalhado nesses países. A Organização Mundial de Saúde (OMS)afirmou que está trabalhando em conjunto com as autoridades sanitárias do Reino Unido para estudar a mutação e entender de que forma ela pode afetar o desenrolar da pandemia.

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