Repórter
Publicado em 28 de dezembro de 2025 às 17h47.
Última atualização em 28 de dezembro de 2025 às 19h11.
O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a apresentar uma crise de soluços na noite de sábado, 28, mesmo após ter sido submetido, horas antes, a um procedimento para conter os episódios.
De acordo com boletim médico divulgado neste domingo, 28, pelo Hospital DF Star, em Brasília, onde o ex-mandatário está internado, ele também registrou elevação da pressão arterial. "No momento encontra-se estável e sem soluços", informou a instituição.
O hospital também confirmou que Bolsonaro deverá passar por um novo procedimento nesta segunda, 29, com bloqueio do nervo frênico esquerdo, como complementação do tratamento pós-operatório de herniorrafia inguinal bilateral realizada no sábado.
"O paciente deverá seguir com fisioterapia para reabilitação, medidas de profilaxia de trombose venosa e cuidados clínicos", complementou a nota.
A equipe médica afirmou em coletiva ontem que tentou controlar a situação com medicamentos, mas que não houve reação positiva do ex-presidente e, por isso, decidiram fazer o procedimento cirúrgico.
"Ontem [sexta], ele teve uma crise de soluço muito forte, incomodou para dormir, acordou abatido", afirmou o cardiologista Brasil Caiado.
O procedimento mencionado é o bloqueio do nervo frênico, que costuma ser realizado para diminuir a atividade do nervo que controla o diafragma e pode ajudar a interromper a crise de soluços. "Vamos aguardar resposta. Hoje [sábado] foi feito do lado direito e segunda-feira faremos do lado esquerdo", disse Caiado.
Os médicos afirmaram que há dois nervos que controlam o diafragma, um de cada lado, e que não seria adequado realizar o bloqueio de ambos ao mesmo tempo.
Na última quinta-feira, 25, o ex-chefe do Executivo já havia sido submetido à cirurgia de hérnia inguinal bilateral, que ocorre quando parte do intestino se projeta por áreas enfraquecidas da parede abdominal na região da virilha.
A defesa solicitou ao STF autorização para a internação no dia 24 e a cirurgia no dia seguinte. O ministro Alexandre de Moraes autorizou o pedido após manifestação técnica, destacando que Bolsonaro tem condições adequadas de tratamento na superintendência da PF, próxima ao hospital.
O ministro afirmou que a cirurgia tem caráter eletivo, sem urgência imediata, embora recomendada para ocorrer o mais breve possível. Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão após condenação pelo STF por tentativa de golpe de Estado. A autorização para a internação não altera a execução da pena.