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Bolsonaro diz que usou nome codificado para fazer exame do coronavírus

Até o momento, presidente não divulgou os testes que comprovem que ele não está com a covid-19; pelo menos 20 pessoas próximas a Bolsonaro estão com o vírus

Jair Bolsonaro usando máscara de proteção contra coronavírus em coletiva de imprensa (Ueslei Marcelino/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de março de 2020 às 18h00.

Última atualização em 27 de março de 2020 às 18h07.

Resistente em divulgar os exames que fez para o novo coronavírus o presidente da República, Jair Bolsonaro , disse que usou um nome codificado para realizar os testes e, por isso, o resultado poderia ser contestado.

Ele argumentou adotar a prática há anos, inclusive para encomendar remédios de manipulação, com o objetivo de evitar contaminações. "Fiz dois exames (para covid-19), ambos deram negativo", afirmou em entrevista ao Programa Brasil Urgente, ancorado pelo jornalista José Luiz Datena.

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Bolsonaro realizou exames no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, que mantém em sigilo nomes de pacientes que fizeram o teste no local.

O governador Ronaldo Caiado (DEM-GO) afirmou nesta semana que se trata de uma obrigação do presidente apresentar seu exame à sociedade. "Lógico, todos nós, como homens públicos, temos de apresentar os resultados. Isso é uma obrigação como gestor público", disse ele.

Novo pronunciamento

O presidente afirmou que avalia fazer um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV na noite deste sábado após uma conversa que deve ter com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, na qual vai defender o redirecionamento das ações de combate ao novo coronavírus.

Bolsonaro defendeu que tem de haver uma mudança na estratégia para o chamado "isolamento vertical", em que apenas grupos de risco, como idosos e portadores de doenças crônicas pré-existentes, devem ficar em confinamento.

O "isolamento vertical" não é preconizado até o momento pelo Ministério da Saúde nem pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como melhor forma de conter o avanço da pandemia de coronavírus.

Novamente, o presidente criticou medidas mais drásticas de confinamento social adotadas por governos estaduais e municipais. Defendeu que as pessoas retomem suas atividades e disse que essas iniciativas para conter o vírus podem parar o país, levando a um aumento do desemprego, da fome e da violência.

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