Bolsonaro diz que tem passagem comprada para voltar ao Brasil
O ex-presidente afirmou à Jovem Pan que seu retorno ocorre nesta semana e que se reunirá com PL para decidir "estratégia"
Repórter de Economia e Mundo
Publicado em 27 de março de 2023 às 16h11.
Última atualização em 27 de março de 2023 às 17h18.
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 27, que tempassagem comprada para seu retorno ao Brasil.
A declaração foi dada ao programa "Pânico", da emissora Joven Pan. Bolsonaro participou da transmissão por videoconferência, falando de Orlando, na Flórida (Estados Unidos), onde está desde o fim do ano passado.
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Perguntado sobre se voltará ao Brasil, Bolsonaro disse que a data prevista para chegada ao país é na manhã de quinta-feira, dia 30 de março. O ex-presidente disse que está "tudo certo" para o retorno até o momento.
"Semana passada, antes desse problema que apareceu, desse plano para sequestrar o senador, eu já tinha comprado a passagem para quarta-feira à noite, com previsão de pousar 7h15 da manhã em Brasília. Então, por enquanto, tá tudo certo", disse Bolsonaro, citando o caso descoberto de uma ameaça contra o senador e ex-juiz Sergio Moro.
Bolsonaro se reunirá com PL na volta ao Brasil
Bolsonaro afirmou que, ao voltar ao país, estará retornando a uma "normalidade". O ex-presidente afirmou ainda que deve se reunir com o PL, seu atual partido, para definir a "estratégia" do partido daqui em diante.
Há dúvidas sobre como será sua relação com a legenda, hoje comandada por Valdemar da Costa Neto e vivendo disputas de bastidores entre membros que vieram junto ao grupo de Bolsonaro e nomes tradicionais do partido.
“No momento, eu tô sem mandato, obviamente, mas não sou aposentado", disse Bolsonaro.
"Então, vamos reunir com o partido; nosso partido tem praticamente 20% das cadeiras na Câmara e Senado, nós vamos ver qual é a nossa estratégia. Não pelo partido, mas pelo país, como nós podemos melhor nos apresentar aí para o Brasil”, disse o ex-presidente.
Na entrevista à Jovem Pan, Bolsonaro foi acompanhado pelo ex-ministro Fabio Wajngarten, que participou do programa presencialmente no estúdio da emissora, enquanto Bolsonaro falava por vídeo. Wajngarten disse que a população brasileira está "ansiosa" pelo retorno do ex-presidente e que fará uma "oposição dura" contra o governo atual.
Foi a primeira vez que Bolsonaro falou a um veículo sobre sua data de retorno. Em declarações anteriores, o ex-presidente já havia afirmado que desejava retornar ao país, mas sem detalhes mais concretos. Costa Neto também já havia afirmado que Bolsonaro deveria retornar em abril e comandar "caravanas" pelo Brasil.
Após perder a disputa da reeleição para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro viajou à Flórida dias antes do fim do mandato e, desde então, tem se manifestado com menor frequência em canais como suas redes sociais.
Questionado na entrevista, que durou pouco mais de 5 minutos, sobre eventuais novos nomes no campo de direita neste momento ou sobre uma possível candidatura no futuro, Bolsonaro elogiou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
"Da minha parte, eu não assumi isso tudo para mim. Eu ajudei a que aparecesse lideranças (sic)", disse.
"Tarcísio é um excelente profissional", disse o ex-presidente, afirmando que o governador paulista, antes, era bem preparado em sua visão, mas "não tinha experiência política". "O Tarcísio foi descoberto. O que eu vejo daqui de fora é que ele está fazendo um muito bom trabalho em São Paulo, é uma liderança que fica no radar de todo mundo", disse. "Nós colaboramos com várias lideranças do Brasil."
Bolsonaro nos EUA
Bolsonaro está nos Estados Unidos desde 31 de dezembro de 2022, tendo desembarcado no último dia de seu mandato. O ex-presidente não compareceu à posse de Lula em 1º de janeiro, sem passar a faixa ao sucessor.
O status de Bolsonaro, que entrou com visto diplomático em solo americano inicialmente, chegou a ganhar destaque na imprensa local após os ataques a prédios dos poderes em Brasília no dia 8 de janeiro. O caso, aos americanos, lembrou a invasão do Capitólio no país orquestrada por apoiadores do ex-presidente Donald Trump. Após os ataques, alguns políticos americanos passaram a cobrar uma expulsão de Bolsonaro do país.
O governo americano afirmou que não chegou a receber um pedido de extradição do governo brasileiro, e disse em janeiro que estaria disposto a colaborar com eventuais investigações. Os ataques de 8 de janeiro também foram pauta no encontro um mês depois entre Lula e o presidente americano, Joe Biden, na Casa Branca.
Simpatizante do ex-presidente republicano Donald Trump, Bolsonaro criticou na entrevista ao "Pânico" nesta segunda-feira os estados "governados por democratas" nos EUA, em referência ao partido do presidente Joe Biden. "Aprendi muito aqui em três meses", disse Bolsonaro.
Presidente entre 2019 e 2022, Bolsonaro foi derrotado em sua campanha de reeleição contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, em votação realizada no dia 30 de outubro. Lula venceu no segundo turno com 50,90% dos votos válidos, ante 49,10% dos votos de Bolsonaro.