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Bares burlam regra com "jeitinho" e seguem abertos na quarentena

Em diversos bairros de São Paulo, bares e restaurantes servem bebidas e alimentos no próprio local, burlando a quarentena contra a covid-19

Bar: estabelecimentos em São Paulo têm desrespeitado a quarentena do coronavírus (Witthaya Prasongsin/Getty Images)

Bar: estabelecimentos em São Paulo têm desrespeitado a quarentena do coronavírus (Witthaya Prasongsin/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de abril de 2020 às 16h41.

Última atualização em 4 de abril de 2020 às 16h54.

Pequenos bares, lanchonetes e restaurantes da capital paulista ainda resistem às determinações de isolamento e adotaram "jeitinhos" para continuar servindo alimentos e bebidas no local – o que é vetado. A reportagem percorreu vias do centro de São Paulo e do bairro Pinheiros entre as 12 e as 15 horas de ontem, período em que avistou ao menos 20 estabelecimentos que descumpriam o decreto estadual. Os espaços permitiam o consumo no balcão ou em mesas dispostas no limite entre a área interna e a calçada.

Na República, um bar na Rua Bento Freitas baixou parcialmente as portas, mas não conseguiu esconder um cliente que comia um pão na chapa e tomava um café no balcão. Questionado, um funcionário disse que está servindo apenas uma pessoa por vez dentro do estabelecimento e a maioria dos atendimentos são por delivery.

Caso semelhante ocorreu na Rua Xavier de Toledo. O restaurante impedia a entrada de clientes na área interna criando uma espécie de barreira de mesas, nas quais servia cachaça e cerveja em copos de vidro para dois clientes - ambos idosos. Os funcionários falaram que era "exceção" por se tratar de "amigos da casa". "Minhas filhas não sabem (que está fora de casa). Se soubessem, tinham me amarrado no pé da cama", disse um cliente, de 72 anos.

Ontem, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), disse que a gestão municipal está com 2 mil fiscais das subprefeituras e denúncias podem ser feitas pelo serviço 156. A orientação é fechar o local infrator e, em caso de reincidência, cassar o alvará e encaminhar o caso para a Polícia Civil. "Não é questão de responsabilidade exclusiva do poder público, embora a gente não abra mão da nossa responsabilidade, mas é também da população", afirmou.

Moradores e frequentadores da região central dizem que o movimento cresceu nos últimos dias. "Está um absurdo. Antes de ontem, você olhava aqui (Largo do Paiçandu) e não via um carro subindo", diz o empresário Sérgio Schumann, de 67 anos. Já na Vila Madalena, era raro encontrar um pedestre e grande parte dos bares e restaurantes estava fechada.

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