Baldy, o novo ministro símbolo do governo
ÀS SETE - Depois do pedido de demissão de Bruno Araújo (PSDB-PE) do Ministério das Cidades, o centrão pode comemorar sua primeira vitória no governo
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2017 às 06h53.
Última atualização em 21 de novembro de 2017 às 07h42.
Depois de uma longa semana de feriado, a vida política em Brasília recomeça quente. Depois do pedido de demissão de Bruno Araújo (PSDB-PE) do Ministério das Cidades , o centrão pode comemorar sua primeira vitória.
Foi nomeado para o posto o deputado federal goiano Alexandre Baldy, que está de contrato firmado com o PP, maior legenda do grupo.
A posse de Baldy aconteceria inicialmente nesta terça-feira, mas foi remarcada para a quarta 22, quando a capital estará mais agitada.
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O novo nome nas Cidades é um golaço no fisiologismo político que marca a estratégia política do presidente Michel Temer, agora com a desculpa de conseguir aprovar a reforma da Previdência. Além de exercer controle sobre o centrão, o deputado de primeiro mandato é um dos principais aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), figura central para acelerar a Previdência. Não demorou até que o democrata devolvesse a gentileza: prestou-se a pautar a votação da reforma para o próximo dia 6, movimento fundamental para que a PEC seja votada em dois turnos na Casa até o fim do ano, como deseja a equipe econômica.
Com um nome do PP, o presidente também presenteia a legenda com uma das maiores verbas ministeriais, cerca de 15 bilhões de reais ao ano, e com controle de projetos valorosos para o eleitorado, como o Minha Casa Minha Vida. A ideia é que Baldy seja um puxador de votos importante para tentar alcançar os 308 votos necessários para passar tanto a reforma de aposentadorias como demais medidas no Congresso.
Apesar de novato, Baldy é figura conhecida. Foi citado no relatório da CPI que investigou esquema de jogos de azar de Carlinhos Cachoeira com participação de políticos. O relator, ex-deputado Odair Cunha (PT-MG), diz em seu texto que Baldy era apontado como o “menino de ouro de Cachoeira”, quando secretário de Indústria de Goiás da gestão passada de Marconi Perillo (PSDB).
A empresa JC Distribuidora de Medicamentos, que pertence a Sebastião de Almeida Ramos Filho, irmão de Carlinhos Cachoeira, doou 450.000 reais à campanha de Baldy em 2014, segundo a revista VEJA.
Com a promessa do governo de trocar até 17 ministros, novos nomes como Baldy virão.