Autonomia do BC é "fundamental para a estabilidade monetária", diz Guedes
Ministro elogiou o projeto, previsto para ser votado até quarta-feira, 10, e se disse otimista quanto à aprovação
Alessandra Azevedo
Publicado em 8 de fevereiro de 2021 às 20h46.
Última atualização em 9 de fevereiro de 2021 às 20h35.
Em visita à Câmara, nesta segunda-feira, 8, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse estar otimista quanto à aprovação do projeto de autonomia do Banco Central e afirmou que a proposta é "fundamental para a estabilidade monetária". O chefe da equipe econômica se reuniu com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e com o relator da matéria na Casa, deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE).
Lira colocou o projeto na pauta do plenário desta semana. A votação deve ser concluída até quarta-feira, 10, segundo Costa Filho. O ministro elogiou o relatório do deputado, que considerou "muito bem elaborado", e ressaltou que um Banco Central independente é essencial para o controle da inflação. "Aumentos setoriais de preços não devem se transformar em aumento generalizado da inflação", disse.
Guedes afirmou estar "esperançoso" quanto à aprovação do texto na Câmara. O projeto já passou pelo Senado, em novembro de 2020, e a tendência é que os deputados mantenham as mesmas diretrizes aprovadas pelos senadores. Otextoestabelece mandato fixo de quatro anos para presidente e diretores do BC e atribui à autoridade monetária o dever de fomentar o pleno emprego, além da estabilidade de preços.
Costa Filho disse ter tido "uma sinalização muito positiva" do governo, após conversas sobre o parecer, apresentado no sábado, 6. "Discutimos ponto a ponto, artigo por artigo e, por concordância de ambos, tivemos a aprovação, a validação do nosso parecer. Tanto o Ministério da Economia quanto o presidente do Banco Central concordaram com o nosso parecer, que tem como meta principal buscar a estabilidade dos preços no Brasil, o controle inflacionário e sobretudo a visão da boa governança monetária no país", afirmou.
Auxílio emergencial
Guedes evitou falar sobre o valor de um possível novo auxílio emergencial. Ele disse apenas que a decisão sobre o assunto deve ser tomada em conjunto, com "compromisso com a responsabilidade fiscal".Mais cedo, nesta segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro disse que tem conversado com ministros sobre a criação de um novo auxílio, diante da "situação bastante complicada" ainda vivida pelos brasileiros diante da pandemia de covid-19.
"Estamos negociando com Onyx Lorenzoni (Cidadania), Paulo Guedes, Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), entre outros, a questão de um auxílio ao nosso povo", afirmou Bolsonaro, em cerimônia no Palácio do Planalto. O presidente também tocou no assunto em entrevista à TV Band, nesta segunda. "Acho que vai ter. Vai ter uma prorrogação. Foram cinco meses de 600 reais e quatro meses de 300. O endividamento chegou na casa dos 300 bilhões. Isso tem um custo. O ideal é a economia voltar ao normal", disse.