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Ausência de Del Nero pode significar perda de vaga na Copa

Conmebol deve ficar enfraquecida sem voto de Del Nero, em reunião que decidirá quantos lugares cada continente terá nas próximas Copas

Del Nero é um dos 25 membros do Comitê Executivo da Fifa e um dos três representantes da Conmebol no organismo (Divulgação/Fifa)
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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2015 às 13h44.

Zurique - A decisão de Marco Polo Del Nero de deixar a reunião da Fifa pode ter uma consequência imediata para o futebol sul-americano: a perda de uma vaga para as Copas do Mundo de 2018 na Rússia e de 2022 no Catar.

Juan Napout, presidente da Conmebol, indicou que "entende a ausência" de Del Nero. Mas admitiu que terá "um voto a menos" na decisão neste sábado.

Del Nero é um dos 25 membros do Comitê Executivo da Fifa e um dos três representantes da Conmebol no organismo que seria "o governo" da entidade.

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, convocou uma reunião extraordinária do Comitê para este sábado, quando vai decidir quantos lugares cada continente terá nas próximas Copas. Sem o voto de Del Nero, que não pode ser substituído pelas regras, a Conmebol fica enfraquecida.

Os sul-americanos tem quatro vagas garantidas para a Copa e uma quinta vaga passa por uma repescagem. Mas a pressão é para que essa meia vaga seja transferida a outro continente.

A redução ainda ocorreria no momento de maior rivalidade entre as seleções sul-americanas, com o fortalecimento do futebol da Colômbia e do Chile. Antes de ser detido, em entrevista à reportagem, José Maria Marin indicou que o Brasil teria "sérios problemas" para se classificar para o Mundial de 2018.

Napout admitiu que a perda da vaga é "uma chance real" e que vai lutar para manter uma repescagem. "Queremos jogar, seja com quem for", disse.

Os sul-americanos não esconderam hoje a decepção com Blatter diante de sua atitude de não sair ao apoio de dos cartolas Eugênio Figueredo e José Maria Marin, presos nesta semana.

A disputa pelas vagas passou a fazer parte da campanha eleitoral e Blatter colocou a reunião para sábado justamente para poder barganhar apoio para sua eleição.

"Ele está jogando com isso", declarou Michel Platini, presidente da Uefa. O francês insistiu que não vai aceitar ter menos de 14 lugares para as seleções europeias em 2018, incluindo a Rússia, e 13 no Catar. "Poderíamos pedir mais vagas. Mas não faremos", disse Platini.

A atitude de Blatter de sair em busca de votos usando o Mundial foi duramente criticada por seus adversários.

"Minha preocupação é a de que essa decisão de vagas seja usada por razões políticas ao se fazer promessas que podem não ocorrer", alertou Ali bin Al Hussein, atual vice-presidente da Fifa e que concorre com Blatter nas eleições.

Mas a pressão sobre os sul-americanos não vem apenas da Uefa. Outros continentes insistem que, se de fato o evento é global, não seria equilibrado manter um sistema em que quase metade dos sul-americanos vão ao Mundial.

Blatter, em buscas de votos para sua reeleição, declarou diante dos países da Concacaf (América do Norte e Central) que a região deveria passar de três vagas e meia para quatro. "Se a Copa ficar com 32 times, defendo que a Concacaf tenha quatro lugares", declarou o cartola.

Em 2014, a Concacaf mandou quatro seleções para o Brasil, mas apenas graças a uma vitória do México na repescagem contra a Nova Zelândia. Além disso, a Oceania, com onze seleções, deixou claro a Blatter que iria apoiá-lo na se conseguir pela primeira vez uma vaga automática no Mundial.

Os asiáticos também se queixam de estarem sub-representados. Com 47 membros, eles têm o mesmo número de vagas que os sul-americanos, com apenas dez seleções na região. Se o desempenho em campo foi decepcionante para os asiáticos em 2014, o bloco tem a economia que mais cresce no mundo e é considerado como a nova fronteira dos negócios do futebol.

Se por anos a Fifa contou com um peso grande de sul-americanos no controle da entidade, a realidade é que Blatter praticamente não precisa prestar contas à região. Havelange deixou de ser influente desde que perdeu o cargo de presidente de honra da Fifa por seus escândalos de corrupção.

O argentino Julio Grondona, que era quem mandava nos cofres da entidade, morreu no ano passado. Já Ricardo Teixeira foi afastado.O ex-presidente da Conmebol, Eugenio Figueredo, foi preso esta semana, assim como José Maria Marin. Já Del Nero abandonou a reunião.

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Del Nero é um dos 25 membros do Comitê Executivo da Fifa e um dos três representantes da Conmebol no organismo que seria "o governo" da entidade.

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, convocou uma reunião extraordinária do Comitê para este sábado, quando vai decidir quantos lugares cada continente terá nas próximas Copas. Sem o voto de Del Nero, que não pode ser substituído pelas regras, a Conmebol fica enfraquecida.

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Napout admitiu que a perda da vaga é "uma chance real" e que vai lutar para manter uma repescagem. "Queremos jogar, seja com quem for", disse.

Os sul-americanos não esconderam hoje a decepção com Blatter diante de sua atitude de não sair ao apoio de dos cartolas Eugênio Figueredo e José Maria Marin, presos nesta semana.

A disputa pelas vagas passou a fazer parte da campanha eleitoral e Blatter colocou a reunião para sábado justamente para poder barganhar apoio para sua eleição.

"Ele está jogando com isso", declarou Michel Platini, presidente da Uefa. O francês insistiu que não vai aceitar ter menos de 14 lugares para as seleções europeias em 2018, incluindo a Rússia, e 13 no Catar. "Poderíamos pedir mais vagas. Mas não faremos", disse Platini.

A atitude de Blatter de sair em busca de votos usando o Mundial foi duramente criticada por seus adversários.

"Minha preocupação é a de que essa decisão de vagas seja usada por razões políticas ao se fazer promessas que podem não ocorrer", alertou Ali bin Al Hussein, atual vice-presidente da Fifa e que concorre com Blatter nas eleições.

Mas a pressão sobre os sul-americanos não vem apenas da Uefa. Outros continentes insistem que, se de fato o evento é global, não seria equilibrado manter um sistema em que quase metade dos sul-americanos vão ao Mundial.

Blatter, em buscas de votos para sua reeleição, declarou diante dos países da Concacaf (América do Norte e Central) que a região deveria passar de três vagas e meia para quatro. "Se a Copa ficar com 32 times, defendo que a Concacaf tenha quatro lugares", declarou o cartola.

Em 2014, a Concacaf mandou quatro seleções para o Brasil, mas apenas graças a uma vitória do México na repescagem contra a Nova Zelândia. Além disso, a Oceania, com onze seleções, deixou claro a Blatter que iria apoiá-lo na se conseguir pela primeira vez uma vaga automática no Mundial.

Os asiáticos também se queixam de estarem sub-representados. Com 47 membros, eles têm o mesmo número de vagas que os sul-americanos, com apenas dez seleções na região. Se o desempenho em campo foi decepcionante para os asiáticos em 2014, o bloco tem a economia que mais cresce no mundo e é considerado como a nova fronteira dos negócios do futebol.

Se por anos a Fifa contou com um peso grande de sul-americanos no controle da entidade, a realidade é que Blatter praticamente não precisa prestar contas à região. Havelange deixou de ser influente desde que perdeu o cargo de presidente de honra da Fifa por seus escândalos de corrupção.

O argentino Julio Grondona, que era quem mandava nos cofres da entidade, morreu no ano passado. Já Ricardo Teixeira foi afastado.O ex-presidente da Conmebol, Eugenio Figueredo, foi preso esta semana, assim como José Maria Marin. Já Del Nero abandonou a reunião.

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