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Antônia de Jesus: quem é a vice de Pablo Marçal

A policial militar Antônia de Jesus foi a escolhida para ser a vice-prefeita na chapa com o influenciador e candidato a prefeito de São Paulo pelo PRTB

Natural de Ubatã, na Bahia, Antônia tem 45 anos e se descreve nas redes sociais como uma "mulher casada, mãe de dois filhos e cabo da PM servindo a protegendo desde 2001" (PRTB/Reprodução)

Publicado em 11 de setembro de 2024 às 14h45.

Com a candidatura de Pablo Marçal (PRTB) deferida, após a Justiça Eleitoral negar dois pedidos para invalidar seu registro na corrida paraprefeito de São Paulo, o influenciador está oficializado na disputa tendo ao seu lado, como vice, a policial militar Antônia de Jesus Barbosa Fernandes, do mesmo partido.

Natural de Ubatã, na região nordeste da Bahia, Antônia tem 45 anos e se descreve nas redes sociais como uma mulher casada, mãe de dois filhos e cabo da PM "servindo a protegendo desde 2001". A candidata a vice é a única mulher negra no posto nestas eleições municipais da capital paulista. Ela foi anunciada em uma espécie de "chá revelação" durante a convenção do partido no início de agosto. Na ocasião, o ex-coach soltou confetes cor de rosa no palco para anunciar o gênero e a escolhida para dividir a chapa com ele.

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"A vice-prefeita de São Paulo é policial, mulher e 'braba'", afirmou Marçal. "Ela é casada, católica, não nasceu na cidade de São Paulo, é nordestina. Veio para cá em 1996 e é alguém que tem contribuindo com essa cidade. Fizemos uma oração de aliança para o povo". Ao discursar, na sequência do anúncio, Antônia dirigiu-se ao eleitorado feminino, religioso e para policiais e fez referência à migração ao afirmar que "o povo nordestino ficou para trás e o Pablo vai nos ajudar a prosperar".

Católica, Antônia chegou a sugerir que o aborto seria resultado da falta de ocupação de jovens. "Ele [Marçal] é conhecedor da palavra, da escritura sagrada, e ele é contra o aborto. Agora há pouco, ele falou do esporte para o jovem. As jovens precisam ter o que fazer, pois ficam à toa, sem ter o que fazer, aí começam relacionamento muito cedo. Aí, não preciso terminar de concluir", disse a vice do PRTB. À imprensa, após a repercussão da fala, o influenciador negou que Antônia tivesse feito a associação.

Até o anúncio de sua candidatura a vice, Antônia de Jesus dedicava suas redes sociais ao seu trabalho na Polícia Militar, onde atua há 23 anos. Atualmente, ela serve no 49º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, no mesmo distrito onde mora desde 2002, em Pirituba, na zona norte da cidade. Em 2017, ela também marcou a trajetória profissional por ganhar destaque ao atender uma ocorrência em que um bebê de dois mesmo estava prestes a ser jogado pela mãe em um córrego do mesmo bairro.

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Marçal e a busca pelo voto das mulheres

Com a campanha de Marçal, porém, Antônia vem aparecendo à frente de encontros com mulheres e o candidato a prefeito e em peças para as redes sociais que tentam mostrar o apoio desse eleitorado à chapa do PRTB. A pesquisa do instituto Gerp, divulgada pela EXAME no final de agosto, mostrou que Marçal, apesar de estar numericamente na frente na disputa para prefeito de SP, perde para o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) no eleitorado feminino.

O ex-coachlidera entre os homens, com 34%, contra 21% de Boulos e 18% de Nunes. Mas registra 15% das intenções de voto entre as mulheres. Nesse segmento, o candidato do PSOL lidera com 23%, seguido pelo adversário do MDB, que soma 20%.

O recorte por gênero do Datafolha indicou também que Marçal marca 29% entre homens e 16% entre mulheres. Enquanto Boulos e Nunes têm preferências mais equilibradas. O psolista pontua 23% entre mulheres e 22% entre homens, enquanto o emedebista aparece com os mesmos números, só que invertidos.

Nas entrevistas que tem feito como candidata a vice-prefeita, principalmente em podcasts comandados por agentes das forças de segurança, Antônia costuma apresentar propostas como valorização dos profissionais de segurança e de saúde, assim como o incentivo ao esporte, a retomada de empresas na cidade e na mudança de mentalidades das pessoas para que se sintam importantes, como também afirma Marçal. Não há, contudo, informações ou planos sobre como implementá-las.

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