Anistia Internacional continua cobrando respostas sobre caso Marielle
Organização reivindica uma investigação independente, com uma equipe formada por juristas e peritos que não tenham vínculo com o Estado
Agência Brasil
Publicado em 14 de setembro de 2018 às 13h46.
Última atualização em 14 de setembro de 2018 às 13h47.
Para marcar os seis meses de morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, a Anistia Internacional voltou a cobrar respostas sobre o crime. Em um caminhão que irá rodar a cidade e no qual foi instalado uma tela de LED de 5 metros, a organização exibe frases como "6 meses atrás Marielle Franco foi brutalmente assassinada", "Ainda não temos respostas", "Autoridades brasileiras, quem matou Marielle?".
O caminhão passará pelo Ministério Público , pela Secretaria de Segurança Pública, pelo Centro Integrado de Comando e Controle e, por fim, na Rua Joaquim Palhares, no bairro Estácio, local onde Marielle foi assassinada.
A família de Marielle segue esperançosa por respostas. A mãe da vereadora, Marinete Silva, contou que foram recebidos, pela primeira vez, pelo secretário de Segurança, general Richard Nunes. "A reunião foi boa, nos recebeu muito bem e nos prometeu que isso vai ser elucidado. Lógico que não dá para saber dados, nem dia, mas eles estão empenhados em resolver isso. É confiar mais uma vez", disse Marinete.
A mãe de Marielle, Marinete Silva (E), o pai, Antônio Silva, e a diretora executiva da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck, durante ato no Aterro do Flamengo, zona sul do Rio, que cobra solução do caso Marielle Franco e Anderson Gomes. - Tomaz Silva/Agência Brasil
Antônio Francisco, pai de Marielle, disse que acredita no trabalho da Polícia Civil. "Se a instituição de Polícia Civil do Rio de Janeiro não tiver condições de continuar as investigações e dar respostas para nós, nós vamos acreditar em quem? Então nós continuamos com essa perspectiva de resposta positiva das autoridades", reforçou.
A diretora-executiva da Anistia Internacional no Brasil, Jurema Werneck, reforçou que a ONG continua reivindicando uma investigação independente, com uma equipe formada por juristas e peritos que não tenham vínculo com o Estado.
"Seis meses sem Marielle, sem respostas, é inadmissível. O que queremos é que as autoridades venham a público para dizer quem matou, quem mandou matar e o porquê. Todo esse tempo, as autoridades têm confundido sigilo das investigações com silêncio das autoridades", disse a diretora.