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Acidente com carro alegórico deixou ao menos 20 feridos

Do total de feridos no acidente, oito foram hospitalizados e uma corre o risco de ter uma das pernas amputada

Desfile: A escola foi a primeira a desfilar pelo Grupo Especial do Rio na noite de domingo em seu retorno à elite do samba carioca após 16 anos (Ricardo Moraes/Reuters)

Desfile: A escola foi a primeira a desfilar pelo Grupo Especial do Rio na noite de domingo em seu retorno à elite do samba carioca após 16 anos (Ricardo Moraes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de fevereiro de 2017 às 07h52.

Última atualização em 27 de fevereiro de 2017 às 09h01.

Rio - Um acidente grave com um carro alegórico do Paraíso do Tuiuti deixou ao menos 20 feridos na noite de ontem (26) na Marquês de Sapucaí, no Rio.

Desse total, oito foram hospitalizados e uma corre o risco de ter uma das pernas amputada. A escola foi a primeira a desfilar pelo Grupo Especial do Rio na noite de domingo em seu retorno à elite do samba carioca após 16 anos.

O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, disse logo após o ocorrido que o acidente é provavelmente inédito na Sapucaí.

"Pelo que eu saiba é a primeira vez que acontece um acidente dessa gravidade", disse ao fim da apresentação da escola, quando ainda não tinha mais detalhes do acidente. O número inicial de vítimas era quatro.

Os casos com maior gravidade são de três mulheres que foram encaminhadas para o hospital municipal Souza Aguiar, no centro, o mais próximo da Marquês de Sapucaí, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

A pasta, no entanto, não informou quais são as lesões. Outras cinco vítimas, com menor gravidade, foram levadas para o hospital Miguel Couto, no Leblon.

A fotógrafa Cacau Fernandes, 48 anos, está entre as vítimas. Ela teve uma distensão do ligamento do ombro e terá que ficar 10 dias com o braço imobilizado.

Cacau recebeu alta na madrugada de hoje. "Não posso descrever o que passei. Achei que ia morrer, fui espremida contra a parede", disse por telefone ao Estado.

Cacau contou que estava fotografando a frente do carro alegórico que estava com dificuldades em se movimentar. Segundo ela, de repente o carro deu um tranco e deslizou arrastando pessoas próximas da grade que separa a pista das arquibancadas.

"Eu gritei para as pessoas saírem e fui para o outro lado, mas quando começaram a forçar o carro para tirar as pessoas, o carro pegou quem estava do outro lado também, como eu", contou.

A fotógrafa reclamou que os integrantes da escola de samba começaram a discutir sobre o que havia acontecido. "Começaram a se estapear e nós que estávamos lá feridos ficamos vendo".

Cacau foi levada para o Miguel Couto, onde outra fotógrafa ferida também foi levada. Ela foi identificada como Lúcia Melo. "Conversei com ela no hospital. Os médicos dizem que ela corre o risco de perder a perna esquerda", disse.

O médico Marcos Antônio Nachef, também vítima do acidente, afirmou ao jornal Extra que vai pedir indenização pelos traumas que sofreu ao ter o quadril imprensado contra a parede.

Para ele, tratou-se de irresponsabilidade da escola de samba, da Liga Independente das Escolas de Samba e da Prefeitura do Rio.

Outras 12 vítimas receberam assistência médica nos postos localizados no Sambódromo. Elas foram medicadas, fizeram curativos e foram liberadas.

Segundo a secretaria, algumas vítimas buscaram atendimento em função do estresse provocado pelo acidente.

O estudante Julio Araujo, 21, estava próximo ao local do acidente e contou que viu diversas pessoas entrarem debaixo do carro alegórico quando ele "acelerou muito". S

egundo ele, quem estava na arquibancada começou a gritar, mas ninguém ouvia por causa do som. "Alguns entraram em desespero com temor de que o carro invadisse o local. Houve um corre-corre".

O Estado entrou em contato com a assessoria de imprensa do Tuiuti, mas não obteve retorno.

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