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SpaceX 'perdeu' foguete Starship ao final de terceiro voo de teste

Foguete tem 120 metros de altura e é o maior e mais potente foguete do mundo

O foguete Starship da SpaceX decola de Boca Chica, Texas, nos Estados Unidos, em 14 de março de 2024 (AFP Photo)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 14 de março de 2024 às 14h31.

Última atualização em 14 de março de 2024 às 14h32.

O terceiro voo de teste do megafoguete Starship da SpaceX terminou com a nave perdida quando retornava à Terra nesta quinta-feira, 14, embora a empresa tenha comemorado o êxito do cumprimento de novos objetivos.

"Starship nunca voou tão longe ou tão rápido", afirmou uma comentarista durante uma transmissão ao vivo da empresa do bilionário Elon Musk.

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O foguete, que decolou de Boca Chica, no estado do Texas (sul), tem 120 metros de altura e é o maior e mais potente foguete do mundo.

A SpaceX tinha uma longa lista de objetivos para este teste, entre eles, efetuar um "retorno controlado" à Terra.

Starship é composto por dois estágios ou partes: o propulsor Super Heavy com 33 motores e, acima dele, a nave Starship, que por extensão dá nome a todo o megafoguete.

As duas partes se separaram com sucesso poucos minutos depois de decolar. No entanto, o propulsor, que deveria ter amerissado suavemente no Golfo do México, não conseguiu completar a manobra em uma "amerissagem forte", segundo a comentarista da transmissão.

A nave continuou, por sua vez, seu voo por cerca de uma hora, chegando ao espaço ao atingir mais de 200 quilômetros de altura, segundo o vídeo da SpaceX, acompanhado por mais de três milhões de pessoas.

A previsão é de que o foguete amerissasse no Oceano Índico ao fim do teste, mas acabou "perdido" ao retornar à atmosfera terrestre, declarou um comentarista.

Transferência de combustível

A empresa de Elon Musk conta com Starship para atingir seu objetivo de levar a humanidade a Marte e o desenvolvimento deste foguete também é muito importante para a Nasa, que quer utilizá-lo para levar seus astronautas à Lua durante a missão Artemis 3, em 2026.

O primeiro teste ocorreu em abril de 2023. A SpaceX foi forçada a explodir a Starship poucos minutos após o lançamento, uma vez que os dois estágios não conseguiram se separar. O foguete acabou se desintegrando em uma bola de fogo e caiu no Golfo do México.

O segundo voo de teste, realizado em novembro do mesmo ano, teve resultados ligeiramente melhores: o propulsor se separou da nave espacial, mas logo depois ambos explodiram no oceano. A nave, entretanto, havia alcançado uma altitude de aproximadamente 150 quilômetros, entrando no espaço.

Para este terceiro voo, a SpaceX testou a abertura da escotilha que poderá ser usada no futuro para liberar cargas, como satélites, para o espaço.

Além disso, queria avaliar a capacidade da nave espacial de transferir combustível no espaço. Segundo a imprensa especializada, o teste poderia ser realizado entre dois tanques dentro da Starship. Para chegar à Lua, o foguete precisará reabastecer seu combustível.

Com o tempo, a ideia é demonstrar que os foguetes poderiam ser enviados ao espaço para se tornarem uma espécie de "postos de serviço" em órbita.

O método SpaceX

O método de desenvolvimento da SpaceX é diferente de outras empresas tradicionais e agências espaciais, que utilizam fundos de contribuintes. A empresa de Elon Musk opera com recursos próprios, o que lhe permite correr mais riscos.

A companhia também possui uma técnica de "desenvolvimento iterativo", baseada em testes sucessivos em ritmo acelerado, mesmo que explodam.

Logo, as lições aprendidas permitem que mudanças sejam feitas rapidamente.

A cada teste, "aprendemos algo novo", declarou Musk em um discurso aos funcionários em janeiro. "É sempre melhor sacrificar material do que sacrificar tempo", acrescentou.

O desenvolvimento dos foguetes Falcon, que com 96 missões bem-sucedidas em 2023 domina atualmente o mercado de lançamentos americano, também teve como base o princípio de múltiplos testes que fracassaram.

Além de seu tamanho, Starship deve ser completamente reutilizável. Atualmente, apenas o primeiro estágio do foguete Falcon 9 retorna à Terra após cada lançamento para ser reaproveitado, mas não o seu propulsor.

Segundo Musk, os testes dos dois estágios de Starship permitirão lançamentos ainda mais frequentes e com menos dinheiro: um imperativo para "colonizar" Marte.

O bilionário afirmou esta semana que espera que o foguete Starship faça "mais seis voos este ano".

Para estes testes, os protótipos utilizados não transportam nenhuma carga. E a SpaceX, que desenvolve modelos de Starship desde 2018, já fabricou inúmeras cópias de seu foguete.

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