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Revolução na IA avança desenvolvimento de robôs autônomos

Google, OpenAI e Tesla lideram corrida para criar sistemas de IA que transformem a manufatura e a saúde.

Robôs terão evolução em tarefas. Investimentos de empresas de tecnologia estão investindo alto. (demaerre/Getty Images)

Robôs terão evolução em tarefas. Investimentos de empresas de tecnologia estão investindo alto. (demaerre/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 26 de julho de 2024 às 11h37.

Os avanços na inteligência artificial (IA) e na robótica estão revolucionando diversos setores da economia, desde a manufatura até a saúde. A capacidade dos robôs de realizar tarefas complexas e se adaptar a ambientes variados tem sido impulsionada por melhorias significativas em sistemas de IA, que imitam o funcionamento do cérebro humano. Empresas de tecnologia, como Google, OpenAI e Tesla, estão na vanguarda dessa transformação, investindo pesado em pesquisas e desenvolvimentos que visam criar um "cérebro" de IA para robôs autônomos. As informações são do Financial Times.

Nos últimos anos, o mercado de robótica, avaliado em US$ 74 bilhões (R$ 416,6 bilhões), tem experimentado uma aceleração em suas capacidades devido a esses avanços tecnológicos. A introdução de modelos de aprendizado profundo e IA generativa permitiu que robôs adquirissem uma maior autonomia, capacidade de raciocínio espacial e visão computacional aprimorada. Essas tecnologias estão permitindo que máquinas não apenas executem tarefas com mais eficiência, mas também aprendam e se adaptem a novos desafios sem a necessidade de programação específica.

Melhorias na visão computacional e na capacidade de raciocínio espacial permitiram que robôs ganhassem maior autonomia em ambientes diversos, desde canteiros de obras até plataformas de petróleo. Anteriormente, a programação dos robôs era feita por engenheiros com regras específicas, mas os modelos de aprendizado profundo atuais permitem que as máquinas se adaptem e aprendam com desafios reais.

A IA generativa, capaz de gerar e interpretar multimídia e texto, tem ajudado máquinas a compreender melhor o mundo ao seu redor e a interagir com humanos. Essa tecnologia permite que pessoas sem habilidades de programação instruam computadores por meio de texto ou voz.

Avanços industriais

Além dos avanços em ambientes industriais, há um foco crescente em robôs humanoides. A Google DeepMind anunciou recentemente avanços no uso de modelos de linguagem para treinar robôs humanoides, ajudando-os a navegar e entender seus ambientes de maneira mais segura. A World Labs, fundada por Fei-Fei Li, alcançou uma avaliação de US$ 1 bilhão (R$ 5,6 bilhões) em quatro meses, também focando em robôs humanoides.

A OpenAI formou um novo grupo de pesquisa em robótica e investiu em startups como a Figure, que levantou US$ 675 milhões (R$ 3,8 bilhões) em fevereiro, e a 1X Robotics, que arrecadou mais de US$ 100 milhões (R$ 563 milhões) para criar robôs domésticos.

Segundo a McKinsey, o mercado global de robôs humanoides é avaliado em pouco mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,6 bilhões), mas está crescendo a uma taxa de 20% ao ano, três vezes mais rápido que o mercado de robôs industriais convencionais. Apesar dos avanços, a tecnologia ainda enfrenta desafios de custo e eficiência. A Unitree Robotics, da China, vende seu robô humanoide por US$ 16 mil (R$ 90 mil). Elon Musk anunciou que a Tesla começará a usar e fabricar robôs humanoides no próximo ano, com vendas mais amplas previstas para 2026

Startups estão capitalizando sobre o aumento do interesse em robótica, com negócios no setor alcançando US$ 6,5 bilhões (R$ 36,5 bilhões) este ano, em 552 transações. No entanto, o investimento total no setor tem diminuído desde 2021. Os investimentos concentram-se em empresas em estágio inicial. A Mytra, focada em automação de armazéns, arrecadou US$ 78 milhões (R$ 439 bilhões) em três rodadas. A RobCo, de Munique, levantou US$ 42,5 milhões (R$ 239 milhões) para desenvolver kits de hardware robótico flexíveis.

A Tetsuwan Scientific, de San Francisco, arrecadou recentemente US$ 2,5 milhões (R$ 14 milhões) para criar um robô cientista de IA que possa conduzir pesquisas e experimentos físicos em laboratório, prometendo maior precisão e liberando cientistas para se dedicarem à criatividade e descobertas.

A adoção em massa de ferramentas de IA pelos consumidores tem mudado atitudes em relação à robótica, permitindo que empresas considerem o uso de robôs em ambientes públicos. Um exemplo é um cliente do varejo que implantou o robô Spot, da Boston Dynamics, alimentado pelo modelo Gemini Pro do Google, para avaliar inventários em suas lojas.

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