Rede de pirataria na internet é desmantelada nos EUA
''Gameover Zeus' é a rede mais sofisticada que o FBI e outros aliados já tentaram desmantelar', declarou Robert Anderson, um alto funcionário da polícia federal
Da Redação
Publicado em 2 de junho de 2014 às 17h43.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira o desmantelamento de uma grande rede de pirataria informática, que roubou milhões de dólares de empresas e consumidores por meio de computadores infectados em uma dezena de países.
"'Gameover Zeus' é a rede mais sofisticada que o FBI e outros aliados já tentaram desmantelar", declarou Robert Anderson, um alto funcionário da polícia federal, em uma coletiva de imprensa em Washington.
O vírus "Gameover Zeus", que apareceu em setembro de 2011, tinha como principal objetivo roubar informações bancárias e outros dados confidenciais em hard disks infectados.
De acordo com os investigadores do FBI, a rede seria responsável por perdas de mais de 100 milhões de dólares após ter infectado entre 500 mil e um milhão de computadores no mundo, um quarto deles nos Estados Unidos.
Seu administrador, o russo Evgeni Mijailovich Bogachev, de 30 anos, foi acusado por um grande júri de Pittsburgh, na Pensilvânia (este), de pirataria informática, fraude financeira e bancária e de lavagem de dinheiro.
O Departamento de Justiça também anunciou a neutralização do vírus chamado "Cryptolocker", que apareceu em setembro de 2013 e encriptava computadores, exigindo das vítimas um pagamento em troca de uma senha para acessar novamente a máquina. O "resgate" chegava a pelo menos 700 dólares por vítima, gerando mais de 27 milhões de dólares em dois meses de atividade por mais de 234 mil computadores infectados.
Em geral, o vírus chegava aos computadores por email, com uma mensagem de áudio ou com a confirmação de uma entrega.
Também neste caso, Bogachev, identificado com os codinomes "Slavik" e "Pollingsoon", é acusado de ter orquestrado este amplo golpe, segundo uma queixa apresentada em Nebraska (centro).
"Bogachev e os membros da sua rede inventaram e cometeram o tipo de cibercrime que não acreditamos quando vemos em um filme de ficção científica", afirmou Leslie Caldwell, fiscal geral adjunta.
Os investigadores americanos trabalharam em conjunto com as polícias de Austrália, Holanda, Alemanha, França, Itália, Japão, Luxemburgo, Nova Zelândia, Canadá, Ucrânia e Reino Unido, assim como o Centro Europeu de Cibercimen (EC3), segundo um comunicado. O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos convocou as vítimas a se apresentarem no site oficial.