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Quando será possível comprar um implante cerebral? O da Neuralink, não tão cedo

A empresa de Elon Musk, focada em chips cerebrais implantáveis recebeu um novo aporte. Contudo, está sob investigações devido natureza da tecnologia que desenvolve

Neura Link: empresa de implantes é comandada por Elon Musk
André Lopes

Repórter

Publicado em 27 de novembro de 2023 às 14h42.

Última atualização em 27 de novembro de 2023 às 16h43.

A Neuralink, empresa fundada por Elon Musk dedicada ao desenvolvimento de chips implantáveis capazes de ler ondas cerebrais, recebeu um novo aporte de US$ 43 milhões no último sábado, 25, e tem um caixa abonado para continuar sua pesquisa.

A empresa revelou que aumentou o tranche anterior, liderada pelo Fundo de Fundadores de Peter Thiel, de US$ 280 milhões para US$ 323 milhões no início de agosto, com a participação de 32 investidores. Atualmente, sua avaliação de mercado está na casa dos US$ 5 bilhões, após transações privadas de ações.

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Contudo, seu projeto futurista ainda não apresentou grandes avanço e Elon Musk tem pressionado a empresa.

Fundada em 2016, a Neuralink desenvolveu um dispositivo semelhante a uma máquina de costura capaz de implantar fios ultrafinos no cérebro. Esses fios se conectam a um chip personalizado contendo eletrodos que podem ler informações de grupos de neurônios.

Implantes cerebrais para leitura de sinais são uma tecnologia antiga, mas a inovação proposta pela Neuralink reside em tornar os implantes sem fio e aumentar o número de eletrodos implantados.

Humanos já estão testando a noidade. Em maio, a empresa recebeu aprovação da FDA para ensaios clínicos em pessoas. Entretanto, a aprovação não livrou a empresa do escrutínio público.

Em um artigo de janeiro de 2022 da Fortune, ex-funcionários anônimos descreveram uma "cultura de culpa e medo", onde Musk frequentemente minava a gestão, incentivando funcionários juniores a "enviar problemas e reclamações diretamente a ele por email".

Até agosto de 2020, apenas três dos oito cientistas fundadores permaneciam na empresa, resultado de um conflito interno onde cronogramas acelerados se chocavam com a lenta e incremental natureza da ciência.

Em 2022, o Comitê de Médicos para Medicina Responsável (PCRM) alegou que a Neuralink e a UC Davis, outrora sua parceira de pesquisa, maltrataram vários macacos envolvidos nos testes do hardware Neuralink — submetendo-os a estresse psicológico e infecções crônicas devido a cirurgias.

Por quase um ano, a Neuralink foi alvo de investigação federal pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em relação a violações do bem-estar animal. O USDA eventualmente concluiu que não havia "evidências" de violações do bem-estar animal nos testes da startup, além de um incidente auto-relatado em 2019 — mas o PCRM contestou os resultados da investigação.

Em novembro de 2023, legisladores dos EUA solicitaram à SEC que investigasse a Neuralink por omitir detalhes sobre a morte de pelo menos uma dúzia de animais que foram cirurgicamente equipados com seus implantes.

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