Praça do relógio, na USP: grupo de investidores-anjo da Poli já apoiou 12 startups (USP/Reprodução)
Filipe Serrano
Publicado em 15 de janeiro de 2021 às 07h02.
Última atualização em 15 de janeiro de 2021 às 09h48.
O grupo de investidores-anjo Poli Angels, formado por ex-alunos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), teve um crescimento expressivo no ano de 2020. Os participantes da associação de politécnicos fizeram investimentos em oito startups no ano passado, dobrando o número registrado em 2019.
Ao todo, as empresas receberam 2 milhões de reais em aportes de early-stage --- o que é, em geral, aquele primeiro recurso usado para financiar o crescimento de uma startup.
Em dois anos desde a sua fundação, foram 12 empresas investidas, com aportes de 3,5 milhões de reais (veja a lista das empresas no fim da reportagem). Os números foram obtidos com exclusividade pela EXAME.
Fundada em setembro de 2018, o grupo de investidores hoje tem 142 associados, a maior parte deles ex-alunos da Poli. O objetivo da associação é investir em empresas de tecnologia iniciantes e ajudá-las a dar os primeiros passos, para que possam crescer. Em geral, os investimentos ficam na faixa entre 200 mil e 800 mil reais por empresa, em troca de uma participação no capital das startups de 5% em média.
“O investimento anjo tem crescido muito no Brasil e é uma fonte importante para os recursos e conhecimentos para ajudar as startups atravessar o temido ‘vale da morte’ e encontrar o desejado ‘encaixe produto-mercado’”, diz Rubens Approbato Jr., presidente da associação, graduado em engenharia de produção pela Poli. “O Brasil já tem 16 unicórnios, o que é um número bastante importante, e quase todas estas empresas tiveram investimento-anjo as ajudaram no início de suas jornadas”, completa Approbato, que também é cofundador da associação.
Cerca de 900 startups já se inscreveram para participar dos processos de seleção do grupo de investidores-anjo --- uma categoria de investidor individual em startups que tem crescido no Brasil. O Poli Angels já realizou 14 rodadas, com a participação de 49 empresas.
Assim como o grupo de investidores-anjo da Poli, tem sido comum o surgimento de associações de investidores formados por ex-alunos de faculdades no Brasil, como a GV Angels (ex-alunos da Fundação Getúlio Vargas), o Insper Angels (do Insper), FEA Angels (da Faculdade de Administração e Economia da USP), a HBS Alumni Angels Brazil (da Harvard Business School, a escola de negócios da Universidade Harvard), entre outras.
O investimento-anjo tem crescido no Brasil e já existem cerca de 8 mil investidores no país nesta modalidade. Em 2019, o valor investido em startups, por meio de investimentos-anjo, somou mais de 1 bilhão de reais, de acordo com a associação Anjos do Brasil.