Tecnologia

Facebook cria algoritmo que aprende a interpretar imagens sozinho

Inteligência artificial precisa de poucos dados categorizados para aprender e consegue interpretar e criar categorias sozinha

Inteligência Artificial: novo algoritmo do Facebook é considerado marco no aprendizado de máquinas (MR.Cole_Photographer/Getty Images)

Inteligência Artificial: novo algoritmo do Facebook é considerado marco no aprendizado de máquinas (MR.Cole_Photographer/Getty Images)

TL

Thiago Lavado

Publicado em 8 de março de 2021 às 12h56.

Última atualização em 8 de março de 2021 às 13h24.

É comum que algumas inteligências artificiais sejam construídas com base em modelagem feita por categorizações construídas por humanos. Um algoritmo de reconhecimento de imagens reconhece gatos, por exemplo, porque várias pessoas ligaram a imagem de gatos à ideia e ao nome em arquivos que podem ser interpretados pela máquina.

O Facebook lança agora uma nova inteligência artificial que não depende de categorização e precisa de pouca ajuda humana para interpretação de objetos em imagens.

Chamado de Seer (nome derivado de SElf-supERvised, auto-supervisionado, em tradução livre) o algoritmo analisou mais de 1 bilhão de imagens publicadas no Instagram e conseguiu decidir por si mesmo o que deveria ser agrupado com base em semelhança.

Se tinha pelo, orelhas pontuas e bigodes, era colocado em uma mesma categoria. Depois, a inteligência era alimentada com uma quantidade pequena de imagens, algumas contendo a categoria "gatos". O Seer, então, conseguia reconhecer as imagens como gatos da mesma maneira que IA treinadas com milhares de imagens categorizadas.

Para cientistas, a pesquisa realizada pelo Facebook é um marco dentro do aprendizado auto-supervisionado de máquinas.

Yann LeCun, o diretor do Facebook por trás do Seer é um pioneiro do machine learning e do aprendizado de máquinas através de grandes quantidades de dados. Apesar disso, em entrevista à revista Wired, ele afirmou que essa é uma técnica que será cada vez mais difícil escalar. "O progresso, no longo prazo, na inteligência artificial virá de programas que apenas assistem a vídeos o dia todo e aprendem como bebês", disse à revista.

O pesquisador afirmou que entre os usos previstos para a tecnologia estão, por exemplo, ler imagens médicas sem a necessidade de categorização, ou gerar hashtags automáticas para imagens no Instagram. O Facebook poderia, também, utilizar o Seer para ligar publicidade a posts ou para filtrar conteúdo indesejado.

De acordo com a Wired, o Facebook irá divulgar uma parte da tecnologia por trás do Seer, mas não o algoritmo em si, já que ele foi treinado usando dados públicos presentes no Instagram.

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