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Musk quer ser o banqueiro que desafia Wall St. onde Google falhou

Com a transformação do Twitter em uma fintech, Musk tenta entrar no território de Wall Street

Elon Musk: X Corp. é sua mais nova empreitada (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)
Bloomberg

Agência de notícias

Publicado em 27 de julho de 2023 às 14h17.

Última atualização em 27 de julho de 2023 às 14h25.

A grande ambição de Elon Musk é transformar o Twitter em uma plataforma única para todo tipo de serviço financeiro. Não é a primeira vez que um gigante da tecnologia tenta entrar no território de Wall Street.

O Facebook passou anos investindo em um projeto chamado Libra que iria revolucionar os pagamentos internacionais, até que o cerco regulatório fez o projeto cair por terra.

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O Google planejou um serviço financeiro digital e até alinhou 11 bancos como parceiros para o lançamento, antes de repentinamente abandonar o plano. A Amazon considerou oferecer contas correntes para consumidores, mas essa ideia nunca decolou.

É claro que Musk não é como outros executivos de tecnologia. Suas decisões de negócios não tendem a seguir trajetórias previsíveis — como ficou evidente com várias decisões chocantes no Twitter, inclusive o abandono da marca icônica do passarinho azul, substituída pela letra X. Ele também tem experiência em tecnologia financeira, tendo fundado a PayPal.

Mas a história sugere um desafio difícil para Musk. O campo de batalha está repleto de empresas de tecnologia americanas que tentaram enfrentar os gigantes financeiros e fracassaram, diante da concorrência e de processos de aprovação prolongados.

“Não estou dizendo que ele não consegue”, disse Pranav Sood, gerente-geral executivo da plataforma de pagamentos internacional Airwallex. “Mas é algo que leva tempo e é algo que requer investimento porque você tem que ter certeza de que está fazendo as coisas direito para se manter em conformidade globalmente.”

O aplicativo X vislumbrado por Musk — que conectará a infraestrutura subjacente do Twitter com o X.com, um site que agora funciona como serviço de redirecionamento para o Twitter — envolve comunicação, multimídia e “a capacidade de conduzir todo o seu mundo financeiro”.

Em mensagens postadas em apoio à reformulação de Musk, a CEO do Twitter, Linda Yaccarino, disse que o X incluiria recursos fintech, como pagamentos e serviços bancários. O Twitter já obteve licenças para transferência de dinheiro em quatro estados americanos: Arizona, Michigan, Missouri e New Hampshire.

É a visão que Musk tuitou em 2022, durante a aquisição da plataforma de mídia social. Suas reflexões indicavam que ele queria que o Twitter fosse mais como o WeChat, da Tencent, um serviço de mensagens que virou um superaplicativo usado diariamente por mais de um bilhão de pessoas na China e que permite que os usuários façam transferências, paguem por bens e serviços e até peçam dinheiro emprestado.

Musk já tentou a mesma jogada

Não seria a primeira incursão de Musk no mundo dos pagamentos digitais. Ele se mudou para o Vale do Silício durante o boom das pontocom do final do século passado e fundou uma empresa — também conhecida como X.com — que acabou se tornando o PayPal.

Ele fez sua primeira fortuna quando o PayPal foi vendido para a eBay. Quanto ao setor bancário, Musk disse que recusou “vários cargos bem pagos em Wall Street” para se concentrar em tecnologia. Deu certo: Ele agora é a pessoa mais rica do mundo, com um patrimônio líquido de US$ 238,9 bilhões, de acordo com o índice de bilionários da Bloomberg.

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