iMessage pirata expõe fragilidade da loja Google Play
Aplicativo enganava servidores da Apple "disfarçando" de Mac Mini os aparelhos com Android que enviavam mensagens
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2013 às 14h44.
São Paulo – Uma versão não oficial para Android do aplicativo de mensagens iMessage foi removido da Play Store nesta terça-feira. O app havia aparecido no começo do mês, mas ganhou repercussão apenas agora, depois de apresentar problemas relacionados a segurança.
Atribuído ao desenvolvedor Daniel Zweigart, o programa de fato funcionava, mas, logo de cara, já exigia muitas permissões da pessoa que o instalasse. O que por si só já levantava uma série de suspeitas foi justificado pelo criador do app em entrevista ao TechCrunch. Segundo ele, as autorizações simplesmente eram necessárias para acessar a rede original do iMessage.
O segredo do funcionamento do app, no entanto, ia além das permissões, como descobriram os usuários do fórum Hacker News e o desenvolvedor Jay Freeman. As mensagens trocadas eram enviadas a um servidor terceirizado, que as processava e “disfarçava” os aparelhos Android. Dessa forma, como observado pelo desenvolvedor Adam Bell, no Twitter, os dispositivos eram identificados como Macs pelos servidores da Apple.
Graças a isso, tornava-se impossível que a empresa dona do iPhone fizesse o simples e bloqueasse os smartphones pelo IP. Apesar de engenhoso, o método é também contestável, já que as informações enviadas pelos usuários poderiam ficar armazenadas no servidor do desenvolvedor, assim como as Apple IDs e as senhas cadastradas no serviço “ilegal”.
Além da forma suspeita para permitir a troca de mensagens em um protocolo incompatível com o sistema, o iMessage para Android ainda apresentava outros riscos. O desenvolvedor Steven Troughton Smith notou que o código do aplicativo ainda apresentava comandos para baixar e instalar outros aplicativos sem a permissão do usuário. Por fim, o Andrubis, ferramenta que analisa o grau de periculosidade de apps para Android, classificou o iMessage pirata como “possivelmente malicioso”, com uma nota 9.8 – o máximo é 10.
Questão de segurança – A justificativa da retirada do aplicativo da Play Store envolveu basicamente violações nas políticas do Google – além dos problemas relacionados a segurança, há quebra de patentes pelo uso do nome iMessage e da interface do iOS 6, por exemplo. No entanto, o simples fato de ter entrado na loja de aplicativos mostra que, de fato, segurança é um problema no Android.
Como apontou a F-Secure, em uma pesquisa publicada em julho deste ano, 79% dos malware de smartphones de 2012 tinham como alvo o Android. Para efeito de comparação, a parcela relacionada ao iOS era de apenas 0,7% – e não dá para falar de popularidade, já que a plataforma ainda é a segunda mais popular no mundo, com 40,4% do mercado, segundo a ComScore. O problema, então, podem ser realmente vulnerabilidades no sistema – então é bom se manter protegido.
São Paulo – Uma versão não oficial para Android do aplicativo de mensagens iMessage foi removido da Play Store nesta terça-feira. O app havia aparecido no começo do mês, mas ganhou repercussão apenas agora, depois de apresentar problemas relacionados a segurança.
Atribuído ao desenvolvedor Daniel Zweigart, o programa de fato funcionava, mas, logo de cara, já exigia muitas permissões da pessoa que o instalasse. O que por si só já levantava uma série de suspeitas foi justificado pelo criador do app em entrevista ao TechCrunch. Segundo ele, as autorizações simplesmente eram necessárias para acessar a rede original do iMessage.
O segredo do funcionamento do app, no entanto, ia além das permissões, como descobriram os usuários do fórum Hacker News e o desenvolvedor Jay Freeman. As mensagens trocadas eram enviadas a um servidor terceirizado, que as processava e “disfarçava” os aparelhos Android. Dessa forma, como observado pelo desenvolvedor Adam Bell, no Twitter, os dispositivos eram identificados como Macs pelos servidores da Apple.
Graças a isso, tornava-se impossível que a empresa dona do iPhone fizesse o simples e bloqueasse os smartphones pelo IP. Apesar de engenhoso, o método é também contestável, já que as informações enviadas pelos usuários poderiam ficar armazenadas no servidor do desenvolvedor, assim como as Apple IDs e as senhas cadastradas no serviço “ilegal”.
Além da forma suspeita para permitir a troca de mensagens em um protocolo incompatível com o sistema, o iMessage para Android ainda apresentava outros riscos. O desenvolvedor Steven Troughton Smith notou que o código do aplicativo ainda apresentava comandos para baixar e instalar outros aplicativos sem a permissão do usuário. Por fim, o Andrubis, ferramenta que analisa o grau de periculosidade de apps para Android, classificou o iMessage pirata como “possivelmente malicioso”, com uma nota 9.8 – o máximo é 10.
Questão de segurança – A justificativa da retirada do aplicativo da Play Store envolveu basicamente violações nas políticas do Google – além dos problemas relacionados a segurança, há quebra de patentes pelo uso do nome iMessage e da interface do iOS 6, por exemplo. No entanto, o simples fato de ter entrado na loja de aplicativos mostra que, de fato, segurança é um problema no Android.
Como apontou a F-Secure, em uma pesquisa publicada em julho deste ano, 79% dos malware de smartphones de 2012 tinham como alvo o Android. Para efeito de comparação, a parcela relacionada ao iOS era de apenas 0,7% – e não dá para falar de popularidade, já que a plataforma ainda é a segunda mais popular no mundo, com 40,4% do mercado, segundo a ComScore. O problema, então, podem ser realmente vulnerabilidades no sistema – então é bom se manter protegido.