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Hacker preso na Colômbia espionava processo de paz

O hacker capturado fazia parte da equipe do candidato presidencial Oscar Zuluaga, opositor ao governo, apoiado por Álvaro Uribe

Espionagem (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2014 às 06h34.

A menos de 20 dias das eleições presidenciais na Colômbia, a Fiscalía Geral da Nação do país - órgão estatal de investigação - anunciou a captura de um hacker responsável por interceptações telefônicas ilegais e espionagem de correios eletrônicos de integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e de jornalistas cubanos que cobrem o processo de paz colombiano em Havana, Cuba. De acordo com a investigação, o hacker capturado, o colombiano Andrés Fernando Sepúlveda Ardila, fazia parte da equipe do candidato presidencial Oscar Zuluaga, opositor ao governo, apoiado por Álvaro Uribe.

Em um comunicado, Zuluaga admitiu que Sepúlveda fazia parte da equipe de redes sociais e segurança de informática da campanha presidencial. Entretanto, o candidato negou estar vinculado a qualquer atividade ilegal realizada pelo hacker.

Mais cedo, o Fiscal Geral da Nação, Eduardo Montealegre, apresentou detalhes sobre a operação que encontrou uma sala no norte de Bogotá, zona nobre da cidade, onde eram feitas as interceptações pelo hacker. Montealegre afirmou que Sepúlveda tinha em seu poder "não só informações valiosas e secretas sobre o processo de paz, mas também informações sobre deserdados da guerrilha". "Vimos que a única finalidade deste escritório é afetar o processo de paz", afirmou.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, qualificou como "graves" as revelações sobre a espionagem. Para ele, isso indica interesse de "sabotagem" dos diálogos de paz.
"Me parece muito, muito grave que qualquer pessoa, ou qualquer organização esteja, deliberadamente, tratando de sabotar o processo de paz, por meio de interceptações ilegais", declarou Juan Manuel Santos, na noite dessa terça-feira (6).

Santos pediu que o assunto seja investigado "a fundo" para descobrir quais eram os envolvidos e quais eram os propósitos dos grampos. "O país precisa saber quem está por trás desta ação ilegal e totalmente rejeitável por parte do povo colombiano", acrescentou.

Essa é a terceira denúncia revelada, este ano, de interceptações ilegais de correios eletrônicos e telefones contra autoridades, integrantes das Farc e jornalistas. Em fevereiro, foi descoberto um esquema de grampos atribuído a membros do Exército. O próprio presidente Santos chegou a anunciar que seu correio eletrônico havia sido interceptado.

Em 2009, durante o governo de Álvaro Uribe, foi descoberto um grande esquema de espionagem realizada pelo serviço de inteligência estatal contra jornalistas, ministros, juízes e políticos do país. As interceptações ilegais são conhecidas, na Colômbia, como chuzadas.

Editor Helena Martin

 

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