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Fiber, fabricante das máscaras do Brasil na Olimpíada, mira além de Tóquio

Empresa fechou parceria com o COB e colhe os frutos da visibilidade olímpica

Lucas Saatkamp, da Seleção de Vôlei: apesar de não obrigatório, atleta usa máscaras inclusive durante os jogos (ANTONIN THUILLIER/AFP/Getty Images)
TL

Thiago Lavado

Publicado em 7 de agosto de 2021 às 15h32.

O vestuário dos atletas é, geralmente, alvo de comentários durante eventos esportivos globais. Quem não se lembra das famigeradas " chuteiras de botinha" na Copa do Mundo de 2014 ou dos super trajes de natação das Olimpíadas de Pequim? Até as roupas dos times de skate de Tóquio já são cobiçadas.

Com os jogos acontecendo durante a pandemia, até as máscaras entraram como parte fundamental do guarda-roupas. Este ano, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) fechou parceria com uma empresa nacional, que fabrica máscaras de alta tecnologia, voltadas para uso esportivo, a Fiber.

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A marca, parte do grupo Top Shoes, especializado inicialmente na fabricação de solados de EVA para a indústria de calçados, surgiu no ano passado, com o objetivo de fabricar máscaras de uso esportivo que combinassem proteção, duração de longo prazo e facilidade de respirar em meio a atividades intensas.

De design do CEO da Fiber, Gustavo Dal Pizzol, as máscaras da Fiber solucionam alguns "problemas" das comuns: são atadas à parte de trás da cabeça e contam com regulagem, o que permite melhor vedação e exige que a passagem de ar seja feito pelo filtro — características das máscaras do tipo PFF2, por exemplo. Além disso, a empresa desenvolveu um suporte, impresso em 3D, para evitar que a respiração atrapalhe durante atividade física.

De acordo com a Fiber, o modelo é capaz de filtrar partículas no ar de 0,3 micrômetros e a máscara é feita de PET poliéster, que é um material reciclado e sustentável. Atualmente, o kit contendo a máscara, o suporte e os filtros sai por 89,90 reais.

A parceria com o COB foi feita construída a partir do zero: Thiago Dal Pizzol, diretor comercial da Fiber e irmão de Gustavo, afirma que entraram em contato via LinkedIn e conseguiram ser fornecedores das máscaras do time Brasil em um processo que durou poucos dias, antes que o COB fechasse a compra de máscaras. "Todos já conheciam o produto. Os atletas já utilizavam e isso facilitou demais quando entramos em contato", disse Gustavo.

A iniciativa ajudou a consolidar a marca da empresa, que até então precisava de uma efetivação no mercado. O faturamento, de acordo a Fiber, subiu 3 vezes no período dos jogos e a empresa, que já fabricava 8.000 máscaras por dia, precisou aumentar a produção para 9.000. "A visibilidade foi muito grande, até internacionalmente. A marca realmente se consolidou", conta Thiago.

Pós-Tóquio

Embora  esteja se consolidando atualmente com as máscaras, a Fiber tem ambições dentro e fora dos esportes. A vacinação caminha no país e, ainda que as máscaras continuarão sendo utilizadas por algum tempo, a empresa tem outras ambições.

De acordo com Thiago, entre os planos está investir em outros aparatos esportivos, como luvas de alta performance, feitas de material anti-viral e que poderiam ser utilizadas em academias, crossfit ou ciclismo. Com fabricação de alto nível e sem costura, a empresa espera que utilizar o nome que construiu junto ao Time Brasil para ampliar os produtos. Calçados esportivos também estão no radar.

Segundo Gustavo, há ainda outra frente de negócios: a Fiber e a Top Shoes estão envolvidas com a indústria de impressão 3D no Brasil. "Entendemos que isso seria o futuro e fomos pioneiros na tecelagem 3D. Já fazíamos parte do mercado calçadista e fomos atrás de estruturação do negócio", disse. "Nosso objetivo como indústria é nos tornarmos 100% produção 3D, com a tecnologia que temos hoje conseguimos fazer qualquer tipo de produto, seja para o mercado aeronáutico ou ortopédico".

Para isso, a empresa tem fechado acordos com parceiros locais, tanto para desenvolver maquinário quanto produtos que sejam inovadores e eficientes para outras empresas.

 

 

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