Streaming: com mais pessoas em casa, empresas diminuem qualidade de vídeos para aliviar redes (Getty Images/Reprodução)
Maria Eduarda Cury
Publicado em 25 de março de 2020 às 15h03.
Última atualização em 2 de abril de 2020 às 12h18.
Para lidar com a pandemia do novo coronavírus, as pessoas estão passando mais tempo em casa do que o usual. Sendo assim, formas de entretenimento como Netflix, YouTube, e Facebook estão recebendo um número maior de usuários simultâneos do que o tradicional — e, para manter o bom funcionamento das redes, algumas alterações são necessárias. O YouTube, por exemplo, anunciou que irá reduzir a qualidade automática dos vídeos, priorizando a exibição destes em qualidade-padrão, para diminuir a carga de internet e deixar a plataforma mais leve.
O Facebook, que já havia feito alterações na qualidade dos vídeos em países europeus, também anunciou, em nota para a imprensa, que as novas medidas passarão a funcionar na América Latina. Os vídeos da plataforma sofrerão redução da resolução em bits, assim como os do Instagram. Além disso, a rede social de compartilhamento de fotos criou uma nova ferramenta chamada "Em Casa", para que usuários compartilhem com seus seguidores as atividades que realizam enquanto estão em quarentena.
Já a Netflix, a partir desta semana, irá reduzir a qualidade de exibição para filmes, séries e documentários, a fim de tentar diminuir a sobrecarga de seus servidores. Ken Florance, vice-presidente de entrega de conteúdo da Netflix, disse em comunicado que os usuários perceberão uma pequena queda na qualidade da exibição, mas que ainda assistirão com a resolução pela qual pagaram. A empresa acrescentou que espera que essa alteração possa reduzir o tráfego da plataforma em até 25%.
A Rede Globo, responsável pelos produtos Globoplay, Globoesporte.com, GShow, Globosat Play e G1, também anunciou que as medidas de redução de qualidade serão aplicadas a todos os seus serviços de streaming. Em comunicado para a imprensa, a companhia afirmou que as resoluções 4K e 1080p estarão temporariamente inacessíveis pelos usuários.
Fora do Brasil, a Disney também está seguindo o mesmo modelo. No caso da plataforma Disney+, ela terá uma redução na qualidade de vídeo para países da Europa. Para as regiões que receberão o serviço nos próximos dias, como a França, o líder da divisão de conteúdos para streaming, Kevin Mayer, informou para a Reuters que a intenção é reduzir em até 25% — assim como a Netflix — o tráfego de serviço de streaming.
Para o The Guardian, a Amazon também afirmou que está realizando mudanças, especialmente em países europeus, para reduzir o tráfego em suas plataformas — Amazon Prime Video e Twitch. Procurada pela EXAME, a assessoria da Amazon no Brasil ainda não comentou sobre a implementação das novas medidas na América Latina.
Essas alterações têm como objetivo, entre outros, possibilitar que mais pessoas tenham uma boa experiência nas plataformas ao mesmo tempo. A Akamai, provedora de entrega de conteúdo virtual, computação em nuvem e segurança digital, reportou que, com a pandemia de covid-19, houve um aumento de 50% do tráfego de internet — que consiste nos dados enviados e recebidos pelos usuários — em relação à média de um dia comum. Portanto, com a redução da alta qualidade dos vídeos, o tráfego também tem uma redução, deixando a rede menos sobrecarregada e com um tempo de carregamento menor.
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