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Coreia do Sul quase ignora caso de Apple e Samsung

Ao contrário dos Estados Unidos, autoridades e mídia coreanas não têm acompanhado de perto o julgamento

O design do Galaxy S III é inspirado na natureza, com bordas arredondadas. Tocando na tela, surgem ondulações imitando água (Divulgação)

O design do Galaxy S III é inspirado na natureza, com bordas arredondadas. Tocando na tela, surgem ondulações imitando água (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2012 às 18h22.

San José, Califórnia - O julgamento bilionário que envolve uma disputa de patentes entre Apple e Samsung tem gerado enorme repercussão na mídia norte-americana. Na Coreia do Sul, país de origem da Samsung, a história é diferente.

Apenas um repórter coreano, da agência de notícias Yonhap, estava presente na abertura da fase de argumentação na terça-feira na Corte de San José, na Califórnia. Outras mídias locais estão usando informações da Yonhap ou de agências internacionais.

A falta de interesse parece estranha diante dos altos valores envolvidos. A Samsung é, de longe, a maior companhia sul-coreana em vendas e lucros, responsável por aproximadamente 15% da produção econômica nacional. Isso se soma ao fato de que smartphones e tablets (equipamentos envolvidos no processo) são a chave do atual crescimento da empresa.

Analistas de investimento também têm se preocupado pouco com a disputa entre Apple e Samsung, aparentemente considerando que as companhias irão acabar estabelecendo algum tipo de acordo que permita que as duas continuem aumentando sua presença no mercado de equipamentos móveis.


Samsung e Apple também estiveram em embates judiciais na Coreia do Sul nos últimos meses, mas o julgamento teve pequena cobertura da mídia local. Além disso, o presidente da Samsung, Lee Kun-hee, disputa com os irmãos uma participação maior em empresas associadas que podem afetar o controle da família sobre o império de aproximadamente 60 companhias. Mesmo o julgamento que envolve a família mais rica do país não despertou grande atenção.

Diferenças culturais podem explicar o caso. Historicamente, a percepção de Justiça na Coreia do Sul está mais relacionada com a acusação do que com o veredicto. Se dois motoristas se envolvem em um acidente de trânsito, por exemplo, ambos são considerados errados, mesmo que um deles seja claramente mais responsável que o outro. Nesse ambiente, detalhes de validação de patentes pouco importam para os cidadãos comuns. Eles vão apenas considerar que as duas empresas fizeram algo errado para obter sucesso.

O resultado do julgamento, entretanto, será uma grande notícia no país. Mas com a expectativa de que o julgamento dure até quatro semanas, os coreanos terão uma cobertura muito menos detalhada do que a dos Estados Unidos. As informações são da Dow Jones.

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