Tecnologia

China proíbe pseudônimos como Obama e Putin na internet

Contas que usem nomes de personalidades conhecidas ou que façam alusão a religiões e pornografia ou menosprezem a segurança nacional serão censuradas


	China: regra impõe aos usuários obrigatoriedade de se cadastrar com nome real em plataformas virtuais
 (Getty Images)

China: regra impõe aos usuários obrigatoriedade de se cadastrar com nome real em plataformas virtuais (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2015 às 15h26.

Pequim - Os pseudônimos como "Obama" e "Putin" já não poderão ser utilizados pelos cidadãos chineses queiram fazer parte do Weibo sob outra identidade, por conta das novas restrições na internet pelas autoridades do país, informa nesta quinta-feira o jornal oficial "China Daily".

As contas dos internautas que usem nomes de personalidades conhecidas ou que façam alusão a religiões e pornografia ou menosprezem a segurança nacional serão censuradas, de acordo com uma nova legislação da Administração do Ciberespaço chinesa.

A regra impõe aos usuários a obrigatoriedade de se cadastrar com o nome real nas plataformas virtuais, entre elas os blogs, as redes sociais e os serviços de mensagem por celular, de forma similar ao que já foi imposto em 2012, mas com mais controle.

A Administração, diz o "China Daily", pediu aos operadores de sites e às companhias de internet que verifiquem as contas que estão registradas e "limpem" aquelas que não cumpram com os novo requisitos.

Esta iniciativa se soma a outras de índole similar para aumentar o controle das autoridades chinesas sobre a internet, como recentes restrições sobre as redes privadas virtuais (VPN) e o e-mail do Google, Gmail, inacessível desde dezembro.

Enquanto o governo chinês defende que as medidas buscam "limpar" a internet de informação nociva, os críticos assinalam que representa uma intromissão na intimidade dos usuários, que, além disso, facilita a aplicação de outros regulamentos aprovados anteriormente.

Em particular, a detenção de usuários em virtude da legislação imposta em 2013 de limitar a 500 o número de vezes que uma mensagem pode ser "reenviada" nas redes sociais sem que o autor assuma responsabilidade legal.

Assim, caso as autoridades considerem que o texto original é de conteúdo "subversivo", seu criador pode enfrentar a uma pena de prisão de até três anos de prisão.

Acerca das críticas, a agência oficial "Xinhua" publicou hoje um editorial no qual diz que, "um vez mais, os esforços da China para regular o ciberespaço foram interpretados como uma restrição da liberdade de expressão, mas tais pontos de vista procedem de uma incompreensão baseada em recorrentes preconceitos".

"O espaço virtual na internet não está à margem da lei. A China sempre protege a liberdade de expressão na internet e promove seu uso, mas com a condição de obedecer às leis e aos princípios e normas morais", acrescenta.

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