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Bezos vs. Musk: Internet via satélite é o centro da luta entre os gigantes

A Amazon (AMAZ34) assinou contratos de US$ 10 bilhões para enviar em órbita 3215 satélites

Elon Musk e Jeff Bezos. (Bloomberg / Getty/Getty Images)
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Carlo Cauti

Publicado em 6 de abril de 2022 às 19h25.

Última atualização em 6 de abril de 2022 às 19h54.

O desafio entre os dois homens mais ricos do mundo, Jeff Bezos e Elon Musk, ganhou um novo episódio, dessa vez ligado à internet via satélite.

A Amazon (AMAZ34) assinou acordos com três importantes indústrias espaciais para um total de 83 lançamentos nos próximos cinco anos.

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Esse é provavelmente o maior contrato global já assinado neste setor, com um valor de até US$ 10 bilhões (cerca de R$ 48 bilhões).

Ao todo, serão enviados para o espaço 3215 satélites, que voarão em órbita baixa, entre 590 e 630 quilômetros acima do solo e em 98 planos orbitais diferentes.

Esse enorme número de satélites constituirão a constelação prevista pelo Projeto Kuiper para distribuir internet de banda larga na Terra, especialmente para milhões de pessoas que, até mesmo nos EUA, atualmente não têm acesso a conexões adequadas ou sequer estão conectadas à internet.

Até esse ponto, nada de tão fora do comum na rivalidade empresarial entre Musk e Bezos.

O fato intrigante é que o presidente da Kuiper System, afiliada da Amazon encarregada da tarefa de realizar o projeto, é Rajeev Badyal, ex-vice-presidente da SpaceX, demitido sumariamente por Musk em 2018.

Mega-contrato assinado pela Amazon

As empresas envolvidas no mega-contrato são a europeia Arianespace com seu novo foguete Ariane 6; a Blue Origin, que também é de Bezos, com o lançador New Glenn; e a United Launch Alliance, com seu Vulcan Centaur.

O sistema de distribuição de satélites, uma vez colocado em órbita, será construído pela Beyond Gravity, empresa suíça com filiais em doze países.

O interessante é que nenhum dos três sistemas de lançamento planejados está operacional no momento. O Ariane 6 tem seu primeiro lançamento previsto para o outono deste ano.

A Amazon confirma o anúncio feito meses atrás, que teria utilizado vários foguetes e não apenas o próprio Blue Origin, e dá um passo fundamental para a realização da sua constelação de satélites dentro do prazo previsto.

Enquanto isso, dois outros elementos importantes do projeto estão sendo realizados: uma antena de alto desempenho cinco vezes menor do que os padrões utilizados atualmente na frequência usada, 17-30 gigahertz, e um sistema de 17 antenas para monitoramento e comunicação com satélites, que também estarão disponíveis para outros clientes que queiram utilizá-las.

No geral, o Projeto Kuiper, que começou em 2019, está mantendo o cronograma da melhor maneira possível e, assim, se torna um concorrente sério para a SpaceX de Elon Musk, mas também para a outra empresa, a Oneweb.

Juntas, as três colocarão em órbita cerca de 10 mil satélites nessas altitudes.

Até o espaço está se tornando congestionado. Tanto que a poderosa autoridade aeronáutica e espacial americana FAA colocou como condição: quem chegar por último não deve interferir com os satélites já presentes. Isso tudo, na ausência de uma legislação internacional adequada que discipline o tráfico espacial.

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