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Músicos buscam a espiritualidade de Super Mario 64 e outros games em novo álbum de jazz

De Super Mario 64 a Skyrim, as músicas da dupla Gentle Love transformam temas dos games em canções relaxantes

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Prescription For Sleep (Divulgação)

Prescription For Sleep (Divulgação)

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Giovanna Rossin

Publicado em 14 de julho de 2015 às, 12h41.

É pouco provável que, ao pensar em videogame – uma atividade essencialmente dinâmica – a palavra “sono” passe pela sua cabeça. Mas eles talvez combinem mais do que você imagina. A dupla musical Gentle Love, formada pelo saxofonista Norihiko Hibino e o pianista Ayaki, deixou essa relação bem afinada ao compor um álbum que justamente transforma músicas de games em canções de ninar, em uma atmosfera que remete à espiritualidade. 

O álbum Prescription For Sleep: Game Music Lullabies é formado por dois volumes, o mais recente lançado em abril deste ano. As dez faixas de cada um deles são inspiradas tanto em games clássicos – Zelda (1986), Super Mario 64 (1996) e Final Fantasy (2001) – quanto nos mais modernos – Skyrim (2011) e Shovel Knigh (2014) – e até alguns inesperados – como Ducktales (1989), baseado na animação do personagem do Pato Donald, incluído no segundo volume. No Laudr, você consegue ouvir trechos das músicas e comprar os volumes I e II

Hibino, 41 anos, começou a carreira musical com o jazz e, após estudar na tradicional Berklee College of Music, em Boston, trabalhou na produtora japonesa de videogames Konami. Lá, era responsável por melhorar qualidade de som de vários games e compor a trilha para a série de games Metal Gear Solid, seu trabalho mais notável até hoje.   

Ao lado do amigo Ayaki, que ele descreveu como um músico “raro, de estilo livre e humilde”, criou o álbum inteiro em apenas dois dias – um para compor, outro para mixar. O álbum, inclusive, contém “Snake Eater”, uma música originalmente composta por Hibino, para Metal Gear Solid 3.

Na entrevista abaixo, o saxofonista diz a INFO que o propósito de Prescription For Sleep é, mais do que relaxar, levar “amor incondicional” aos ouvintes e afirma que até quem odeia videogame pode gostar do álbum.

De onde veio a ideia de juntar jazz e games? Foram sempre duas paixões em sua vida?

Na verdade, eu não tinha pensado nisso intencionalmente. [A dupla musical] Gentle Love, minha principal plataforma de desempenho, tem muita liberdade, sem restrições de gênero, tempo, progressão de acordes… O pianista Ayaki e eu espiritualmente nos comunicamos juntos para criar música, e tentamos não confiar nas partituras ou em nosso conhecimento em nós mesmos. Assim, qualquer música poderia estar dentro desse objetivo. Música de games é apenas uma de nossas produções.

Por que as canções do álbum são boas para dormir? 

Bem, se as músicas são boas para dormir ou não depende da saúde e condição mental do ouvinte e a elegância da música, mas, pelo menos, tentamos ser instrumentos para entregar “amor incondicional” de algo maior do que nós (o que chamamos de Deus), que está sempre conosco e nos dá paz e serenidade. Eu acho que pode permitir que pessoas estressadas lancem todos as cargas a Deus e, como resultado, eles podem ser capazes de dormir bem. Todo mundo precisa de amor, como bebês com suas mães.

Qual foi o critério para escolher as músicas de games?

O produtor Jayson Napolitano escolheu as músicas, desde títulos da Nintendo até minhas próprias composições. Eu não acho que realmente estava tocando jazz. Minha única preocupação era saber se eu podia ser livre da forma que “eu” achava que a música deveria ser. Eu tentei ficar longe da minha técnica, conhecimento… Apenas me tornei como um lápis usado por Deus, para que Ele desenhasse paisagens sonoras pacíficas por meio de mim. Quando diz respeito à minha música, é sobre como nós conseguimos ser um “instrumento de Deus”. Acho que esse é o propósito da música e do performer.

Como foi o processo de gravação?

Ayaki e eu transcrevemos melodia em um pedaço de papel, e então conversamos sobre os principais temas da canção, por exemplo, “vamos imaginar o deserto no escuro… frio e solitário”. E a partir disso nós começávamos a tocar. Nós nunca sabíamos como íamos começar, desenvolver ou finalizar. Geralmente era apenas uma tomada. Se retomávamos, era porque não estávamos bem inspirados. É um momento muito espiritual. Eu gosto disso.  

Para quem o álbum é indicado?

Todo mundo, mesmo quem odeia música de videogame. Acho que é muito bom especialmente para aqueles que querem meditar, procuram serenidade ou querem encher seus corações com amor verdadeiro.   

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