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7 tipos de aplicações para investir em novembro

Manutenção da Selic na mínima histórica exige que o investidor tome mais risco. Veja opções de aplicações

Investimentos  (Witthaya Prasongsin/Getty Images)

Investimentos (Witthaya Prasongsin/Getty Images)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 5 de novembro de 2020 às 05h00.

Última atualização em 5 de novembro de 2020 às 09h29.

Em face a uma pandemia com final incerto e possíveis novos rumos para uma das maiores economias do mundo, a americana, em quais tipos de investimentos é melhor aplicar dinheiro a partir deste mês?

A renda fixa morreu? Nada disso, mas conhecimento nunca foi tão importante. Saiba mais na EXAME Research

No atual cenário macroeconômico há uma única certeza: com a manutenção dos juros em 2% ao ano pelo BC neste mês, a mínima histórica, é necessário correr mais riscos para manter a rentabilidade da carteira. Mas o nível de risco depende do perfil de investidor e também dos objetivos da aplicação, diz Juliana Machado, especialista em fundos da EXAME Research. "O perfil do investidor não é estático. Momento de vida, capacidade financeira, idade e também experiência são fatores que o tornam apto a aplicar em produtos mais arrojados."

Além de buscar mais risco em novas aplicações, na pandemia muitos ativos tiveram grandes oscilações de preços, como as ações. Nesse cenário, pode ser necessário reequilibrar o portfólio. "Não vale a pena fazer mudanças pequenas, mas é interessante balancear novamente a carteira quando ela fugir muito do perfil de risco", conclui Machado. As grandes oscilações também permitem aproveitar oportunidades, já que o preço de alguns ativos ficam abaixo de seu valor de mercado.

Veja abaixo algumas opções de onde colocar o dinheiro no mês de novembro, ordenadas do maior para o menor risco:

Fundos que investem no exterior

Produtos atrelados ao dólar vêm registrando boa performance com a movimentação do câmbio, natural em um cenário de crescentes preocupações não só no Brasil, mas também globalmente.

Nesse cenário, fundos que investem lá fora, como ETFs que seguem índices de ações americanos, como S&P 500, negociados na B3, além de fundos de recibos de ações negociadas no exterior (BDRs, liberados para pequenos investidores no mês passado), podem ser boas opções de investimento. A diversificação no exterior deve ser encarada como uma proteção. Isso porque tem baixa correlação ou correlação negativa em relação às aplicações no Brasil. 

O dólar alto não deve ser impeditivo para realizar investimentos lá fora. Quando se trata de proteções, não é aconselhável tentar buscar o melhor momento de entrada e saída. O essencial é incluí-la no portfólio e buscar fazer um preço médio, aplicando periodicamente.

(EXAME Research/Exame)

Fundos de ações

Fundos que investem em ações também podem ser uma opção para a carteira neste momento. Machado, da EXAME Research, indica estratégias long biased, long & short e long only.

Fundos long only têm somente posições compradas em ações, enquanto os long biased se dividem em posições compradas e vendidas, lucrando tanto com a alta quanto com a baixa do mercado. Já fundos long & short também funcionam como os long biased, com a diferença de que operam com pares de ativos iguais.

Em geral o próprio nome do fundo traz a informação do tipo de estratégia, mas é importante sempre consultar o regulamento e a lâmina do fundo para se certificar do tipo de política de investimento praticada pelo gestor. "É no regulamento que está inclusive se o fundo pode atuar alavancado, o que significa um risco adicional porque a exposição do fundo é acima do que ele tem em caixa", diz Machado.

Escolhida a estratégia, conforme o perfil e objetivos, o mais importante é ver se o fundo apresenta resultados consistentes, e não olhar apenas a sua performance de curto prazo.

(EXAME Research/Exame)

Fundos multimercado com baixa volatilidade

Caso o investidor perceba que seu perfil de risco seja moderado, ou seja, seu portfólio permita alocar pelo menos uma porção do dinheiro em aplicações mais arriscadas, como forma de obter uma maior rentabilidade, é possível optar por fundos multimercado com baixa volatilidade.

Um fundo com baixa volatilidade pode ter vários tipos de estratégias. A diferença é que ele toma menos risco em mercados de dívida, ações e moedas.

(EXAME Academy/Exame)

Fundos imobiliários

Os fundos imobiliários são aplicações híbridas, com risco intermediário entre a renda fixa e as ações. Eles podem ser uma opção para quem quer aumentar o risco da carteira, mas prefere não aplicar em ações, mas também podem servir para diminuir o risco da carteira sem comprometer o retorno esperado, no caso de que já investe em ações, explica Arthur Vieira de Moraes, professor da EXAME Academy.

Nos FIIs há o pagamento de proventos mensais, que permitem ter uma renda extra e reinvestir os valores, aproveitando o efeito dos juros compostos.

Essas aplicações chacoalharam no ápice da pandemia. Mas a alta desvalorização permite garimpar oportunidades, e alguns segmentos, como o de shoppings, já começam a se recuperar do tombo. É recomendável buscar produtos com valor atrativo, que paguem bons dividendos e tenham uma gestão reconhecida no mercado.

Debêntures incentivadas, CRIs e CRAs

Opções mais rentáveis do que o Tesouro IPCA, e também podem ser indexada à inflação, as debêntures incentivadas são isentas de Imposto de Renda.

Agora, diversas empresas estão emitindo debêntures, CRAs e CRIs com prêmios considerados atrativos. É possível encontrar títulos que pagam IPCA mais porção prefixada com rentabilidade maior do que a da Selic.

Mas é necessário analisar cada título para diluir riscos. Isso porque, em ambos, há o risco de crédito de o emissor não conseguir pagar a dívida, já que não têm garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

A preferência deve ser por títulos que pertencem a segmentos mais resilientes, como agronegócio, infraestrutura e energia elétrica. Uma opção mais prática para diversificar é optar por um fundo de debêntures, que podem ter dezenas de papéis na carteira.

Tesouro IPCA

Se o investidor tem um perfil mais conservador e objetivos de longo prazo pode comprar um título Tesouro IPCA, disponível na plataforma do Tesouro Direto.

Mesmo que os juros tenham diminuído bastante e também estejam sofrendo o impacto negativo do cenário fiscal do país, os títulos Tesouro IPCA 2035 e 2045 ainda oferecem uma taxa de juro real generosa em relação a outros países (4,17% mais inflação) e continuam sendo uma boa alternativa para ganhar da inflação.

Atualmente, o Tesouro IPCA com vencimento em 2026 paga IPCA mais 2,98%. Ou seja, somente a porção prefixada do título rende mais do que a Selic. É necessário, contudo, lembrar que esses títulos são marcados a mercado diariamente e seus preços podem oscilar. Mas, caso sejam levados até o vencimento, essa será a taxa de rendimento da aplicação.

Tesouro Selic

Por causa da crise provocada pela pandemia, muita gente pode ter usado parte de sua reserva de emergência. O momento pode ser uma boa oportunidade para recompor os valores. A recomendação é que a reserva de emergência seja equivalente a seis ou 12 vezes a renda mensal. Nem muito mais, nem muito menos.

Para esse objetivo, a melhor opção continua sendo o Tesouro Selic, ainda que o título mais líquido do Tesouro Direto tenha encerrado o mês passado com valor praticamente estável.

Para aplicações acima de R$ 10 mil, fundos DI com taxa zero são mais indicados, já que a taxa de custódia do título público só foi zerada para valores menores. Mesmo que seja pequena, a taxa impacta de forma negativa no rendimento do título.

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