A sonda Voyager 2 visitou Urano há quase 40 anos (NASA/JPL-Caltech/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 14 de novembro de 2024 às 12h04.
Até pouco tempo atrás, os cientistas acreditavam que Urano e suas cinco maiores luas eram mundos sem qualquer possibilidade de vida. Agora eles descobriram que as luas desse gigante gelado podem ter oceanos e sustentar vida.
Muito do que sabemos sobre aqueles locais foi coletado pela nave espacial Voyager 2, que visitou o planeta há quase 40 anos.
Segundo reportagem da BBC, uma nova análise dos mesmos dados mostra que a visita da missão da Nasa coincidiu com uma poderosa tempestade solar, o que levou a uma ideia errada de como o sistema de Urano realmente é - não muda, claro, o fato de que ele é composto por um núcleo rochoso cercado por gelo.
Ele é um dos planetas mais frios e "inclinado" para o lado em comparação com outros — o que também o torna um dos planetas mais estranhos.
Cientistas tiveram a chance de analisar Urano com mais detalhes pela primeira vez em 1986, quando a Voyager 2 passou por ele e tirou fotos do planeta e de cinco das suas maiores luas.
O que impressionou foi que os primeiros dados apontavam que o planeta em si e suas luas não ofereciam nenhuma condição de vida, diferente de outras luas do sistema solar. Além disso, seu campo magnético era distorcido - como se fosse "esmagado" e empurrado para longe do Sol, segundo a BBC.
E o que mudou a percepção dos cientistas?
Os pesquisadores chegaram à conclusão que a Voyager 2 havia passado pelo planeta "num dia ruim" - o Sol estava passando por uma tempestade que criou um poderoso vento, e este pode ter "soprado" o material dos planetas para fora do campo magnético, deixando Urano e seus arredores "sem vida"
Linda Spilker, que trabalhava no programa Voyager quando os dados de Urano chegaram, ainda trabalha na Nasa e disse que ficou muito feliz ao ouvir sobre os novos resultados, publicados na revista científica Journal Nature Astronomy.
A Nasa tem planos de lançar uma nova missão para lá, a Uranus Orbiter and Probe, em 10 anos.
A sonda Urano da Nasa deve chegar ao planeta em 2045, que é quando os cientistas esperam descobrir se essas luas geladas distantes podem realmente abrigar vida.