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Ovelhas descobrem cemitério do século 18 na Irlanda

Moradores desconfiavam que redondezas de antiga igreja em ruínas poderia guardar restos de antepassados; animais encontraram túmulos centenários

Ovelhas descobrem cemitério na Irlanda (divulgação/Divulgação)

Ovelhas descobrem cemitério na Irlanda (divulgação/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2021 às 17h18.

Última atualização em 12 de agosto de 2021 às 17h44.

Ansiosa por localizar seus ancestrais, uma comunidade no condado de Cork, na Irlanda, colocou em prática uma ideia baseada em habilidades especiais dos animais. Alguns moradores deconfiavam que havia um antigo cemitério nas imediações de uma igreja abandonada do século 18 -- mas podiam tinha coragem (e ânimo) de escavar no local. Foi desenvolvido então um programa, em conjunto com o projeto de conservação Templebreedy Save our Steeple, para juntar seres humanos e animais, muitos deles de fazendeiros locais, na busca pelo cemitério perdido.

As ovelhas e cabras foram uma escolha natural, já que esses animais são conhecidos por limpar pacientemente grandes quantidades de arbustos e sedimentos para encontrar grama, da qual se alimentam, sem danificar estruturas delicadas que possam ser encontradas. Havia ainda um outro motivo para usar os capríneos na busca histórica. Um dos objetivos do programa é mostrar o quanto a natureza -- e em particular os animais -- podem ser aliados dos seres humanos em missões especiais.

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O trabalho foi feito por etapas. As cabras limparam as primeiras camadas de arbustos densos, no inicio do projeto. Terminada essa fase, elas voltaram para casa -- muitas foram emprestadas de produtores rurais da região. Aí, foi a vez das ovelhas, que descobriram grandes pedras típicas de túmulos antigos.

Mais de 500 túmulos já foram recuperados -- cerca de 400 possuem inscrições, com nome e idade do falecido. Todas as informações estão sendo catalogadas e disponbilizadas em um site. "As ovelhas estão ajudando a recuperar uma história esquecida", diz Audrey Buckley, voluntária do projeto. "Agora, as pessoas poderão se reconectar com seus ancestrais".

O condado de Cork, um dos maiores da Irlanda, com mais de 582 mil habitantes, é conhecido pela fabricação de leite e derivados. Nos últimos anos, a indústria farmacêutica também cresceu na região. No passado, no entanto, muitos irlandeses deixaram o local para ir morar nos Estados Unidos e outros países, devido à carência de recursos e à falta de perspectivas. Agora, eles têm uma oportunidade de descobrir suas raízes.

Os pequisadores já recuperaram os restos mortais de Maria Kate Russell, que morreu aos dois anos, em 1872. A equipe responsável pelo projeto conseguiu localizar um sobrinha-neto de Russell, que mora em Southampton, na Inglaterra. Familiares que residem no exterior podem podem ser contatados. 

Os trabalhos continuam. Os idealizadores do projeto estão conversando com a ONG Irish Heritage Trust, dedicada à conservação dos monumentos e da história da Irlanda. "Buscamos a melhor forma de manter e levar adiante o que estamos fazendo, especialmente para educar a geração mais jovem", diz Buckley.

 

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