Conheça a história do maior físico de todos os tempos (Netflix/Divulgação)
Repórter de POP
Publicado em 16 de fevereiro de 2024 às 16h28.
Depois do tremendo sucesso de "Oppenheimer", que conta a história do nascimento da primeira bomba atômica do mundo e foi indicado a 13 estatuetas do Oscar, novas histórias sobre o tema têm pipocado na mídia. Nesta sexta-feira, 16, por exemplo, estreia na Netflix "Einstein e a Bomba", documentário feito em parceria com a BBC que aborda o que aconteceu depois que o cientista fugiu da Alemanha nazista.
A produção explora, em imagens de arquivo, um pouco sobre como funcionava a mente do gênio torturado. O diferencial está no formato: foram usadas somente as palavras do físico, retiradas de entrevistas, cartas e discursos. O longa é estrelado Aidan McArdle, Andrew Havill e Rachel Barry, com roteiro de Philip Ralph.
"Einstein e a Bomba" está disponível no catálogo da Netflix.
Dono da famosa fórmula E = mc², que comprova que a presença de matéria faz com que o espaço e o tempo se curvem ao redor do objeto, Albert Einstein abriu caminhos para as pesquisas sobre as armas nucleares, muito embora nunca tenha se envolvido diretamente com o projeto da bomba atômica. O autor e criador da tecnologia foi J. Robert Oppenheimer.
O processo até a criação da bomba, no entanto, foi um longo processo de descobertas ao longo de vários e vários anos. Toda a teoria que relata a relação entre massa, espaço e tempo, foi feita por Einstein e compartilhada com o cientista húngaro Leo Szilárd. Os dois chegaram a trabalhar juntos na década de 1920 para um projeto de um refrigerador de alta eficiência energética, que acabou não sendo lançada a público, mas aproximou os dois físicos e forneceu ainda mais estudo para a criação da bomba.
Em 1933, Szilárd descobriu a reação nuclear em cadeia — fundamental para a criação da bomba atômica — e Hitler se tornou chanceler da Alemanha. Assim, o cenário para a criação de novas armas, já visando a Segunda Guerra Mundial, mudou. A reação nuclear em cadeia mostrou que várias reações em sequência, provocadas por um elemento ou grupo de elementos, pode gerar novas reações entre elementos possivelmente distintos. Em outras palavras, se vários núcleos se explodem e fragmentam, eles geram uma reação em cadeia e vão aumentando ao longo do tempo — o propulsor necessário para a energia nuclear.
Em 1938, somado ao conhecimento da reação nuclear em cadeia, os cientistas Otto Hahn, Fritz Strassmann e Lise Meitner descobriram o que faltava para a criação de uma bomba atômica: a fissura nuclear, que acontece um nêutron é acelerado e se choca com o núcleo de outro átomo e o fragmenta, dando a novos elementos.
Szilárd então enxergou o potencial risco de uma bomba nas mãos da Alemanha Nazista, e fez um alerta à Einstein em 1939 que, por sua vez, chegou a enviar uma carta ao presidente dos Estados Unidos da época, Franklin Delano Roosevelt, sugerindo que o país devia se adiantar nos estudos da energia nuclear antes que a Alemanha o fizesse. Disso nasceu o Projeto Manhattan, abordado no filme de Christopher Nolan.
O maior cientista de todos os tempos nasceu na Alemanha, filho de judeus não praticantes. Em 1929, enquanto trabalhava na Teoria da Relatividade, ele chegou a discursar sobre os conflitos que os cientistas da época viviam com os nazistas. "Se a minha Teoria da Relatividade estiver certa, a Alemanha dirá que sou alemão e a França irá me declarar um cidadão do mundo; caso contrário, a França dirá que sou alemão e a Alemanha dirá que sou um judeu".
Quatro anos mais tarde, em 1933, o cenário se comprovou: a tão famosa teoria da relatividade, que rendeu a ele o Prêmio Nobel da Física, foi taxada de "física judia". Com a ascensão de Hitler ao poder, o cientista foi obrigado a sair do país e se refugiou em vários países da Europa, como França e Bélgica, até seu período de isolamento em uma cabana em Norfolk, um condado da Ânglia Oriental, na Inglaterra.
Esse período de reclusão foi fundamental para que Einstein compreendesse melhor a situação mundial que antecedeu a Segunda Guerra Mundial, antes de aceitar o convite para lecionar no Instituto de Estudos Avançados de Princeton, em Nova Jersey.
Depois dos bombardeios no Japão, em 1945, Einstein chegou a discursar publicamente seu arrependimento pelo fato de ter participado da criação da bomba, de certa maneira. Em uma carta ao amigo Linus Pauling, ele afirmou "Fiz um grande erro em minha vida — quando assinei a carta para o Presidente Roosevelt recomendando que as bombas atômicas fossem feitas”.
A explosão em Hiroshima e Nagazaki, juntas, causaram a morte de mais de 210 mil pessoas. Diante do ocorrido, Einstein tornou-se um extremo ativista da paz e da ética científica.
O filme entrará para o catálogo do Telecine no dia 7 de abril e também pode ser adquirido, por aluguel, nas plataformas da AppleTV e Prime Vídeo, da Amazon.