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'Maldição Kennedy': as mortes e escândalos que assombram a dinastia

Assassinatos, lobotomia, acidentes aéreos e escândalos sexuais marcam a família mais famosa dos EUA

John F. Kennedy: documentos sobre o assassinato do presidente americano foram revelados no começo de 2025 (Alfred Eisenstaedt/Pix Inc./The LIFE Picture Collection/Getty Images)

John F. Kennedy: documentos sobre o assassinato do presidente americano foram revelados no começo de 2025 (Alfred Eisenstaedt/Pix Inc./The LIFE Picture Collection/Getty Images)

Maria Eduarda Lameza
Maria Eduarda Lameza

Estagiária de jornalismo

Publicado em 30 de dezembro de 2025 às 19h14.

Última atualização em 30 de dezembro de 2025 às 19h23.

Um mês após anunciar estar em estágio terminal devido a um câncer agressivo, Tatiana Schlossberg, neta do ex-presidente norte-americano John F. Kennedy, morreu nesta terça-feira, 30.

A morte foi comunicada pela família Kennedy em uma rede social e reacende o debate sobre a chamada "maldição Kennedy".

Tatiana é apenas mais um nome numa lista de tragédias que persegue a dinastia política mais famosa dos Estados Unidos há gerações. Entre assassinatos, acidentes aéreos, overdoses e escândalos, a família Kennedy acumula perdas que, para alguns, parecem impossíveis de explicar apenas pelo azar.

O assassinado midiático de John F. Kennedy

A morte mais emblemática da família Kennedy foi o assassinato de John F. Kennedy (JFK), presidente dos Estados Unidos, aos 46 anos.

Em 22 de novembro de 1963, John F. Kennedy estava em Dallas, no Texas, percorrendo as ruas da cidade em um carro conversível ao lado da primeira-dama Jackie Kennedy e do governador do Texas, John Connally, e sua esposa. Eram aproximadamente 12h30 quando tiros ecoaram.

O primeiro disparo atingiu o presidente no pescoço. O segundo explodiu sua cabeça. As imagens captadas pelo cinegrafista amador Abraham Zapruder se tornaram o registro mais famoso do assassinato político. O vídeo mostra Jackie Kennedy, com seu icônico conjunto rosa manchado de sangue, rastejando sobre a traseira do carro em desespero. Ela não estava fugindo, estava tentando recolher pedaços do crânio do marido.

"Eles mataram meu marido. Eu tenho os miolos dele na mão", disse Jackie ao chegar no hospital, segundo testemunhas. Ela se recusou a trocar de roupa durante todo o dia. "Quero que eles vejam o que fizeram com Jack", teria dito sobre o terno ensanguentado.

John F. Kennedy minutos antes de ser assassinado: na limusine presidencial também estão Jackie Kennedy, o governador do Texas, John Connally, e sua esposa, Nellie. (Reprodução/Wikimedia Commons)

Outras mortes da família

A sucessão de tragédias começou ainda na Segunda Guerra Mundial.

Joseph P. Kennedy Jr., o irmão mais velho de JFK que era visto como o futuro presidente, morreu em 1944 quando o avião que pilotava explodiu durante uma missão.

Quatro anos depois, em 1948, sua irmã Kathleen Kennedy morreu em outro acidente aéreo na França.

John F. Kennedy Jr., filho do presidente, morreu aos 38 anos em 1999, quando o avião que pilotava caiu no mar junto com sua esposa Carolyn Bessette-Kennedy e a cunhada Lauren Bessette.

Apenas cinco anos após o assassinato de JFK, seu outro irmão Robert F. Kennedy, então senador e candidato à presidência, foi assassinado em Los Angeles, aos 42 anos.

Robert Kennedy: ex-senador foi morto em 1968, anos após o irmão, John F. Kennedy (Library of Congress/Wikimedia Commons)

David Kennedy, filho de Robert, morreu de overdose em 1984, aos 28 anos. Michael Kennedy, outro filho de Robert, morreu em 1997, aos 39 anos, praticando esqui em Aspen.

Escândalos que mancharam a reputação

Existem ainda rumores nunca comprovados sobre conexões da família com o crime organizado. Joseph Kennedy é frequentemente acusado de ter feito fortuna como contrabandista de bebidas durante a Lei Seca, nos anos 1920.

Em novembro de 1941, aos 23 anos, Rosemary Kennedy, irmã mais velha de JFK foi submetida a uma lobotomia autorizada pelo pai, Joseph Kennedy.

Ela tinha dificuldades intelectuais e oscilações de humor. Preocupado que seu comportamento pudesse manchar a reputação da família e afetar as ambições políticas dos filhos, Joseph decidiu pela cirurgia experimental que prometia "acalmar" pacientes.

Rosemary perdeu a capacidade de falar com clareza e de andar sem ajuda. Ela foi institucionalizada em Wisconsin e permaneceu isolada da família por mais de 20 anos. Rosemary morreu em 2005, aos 86 anos.

Além das mortes, a família acumula polêmicas que alimentaram teorias conspiratórias por décadas. O caso mais emblemático é o de Chappaquiddick, em 1969, quando o senador Ted Kennedy dirigia um carro que caiu de uma ponte. Sua passageira, Mary Jo Kopechne, de 28 anos, morreu afogada. Ted esperou 10 horas para reportar o acidente à polícia, o que destruiu suas chances de chegar à presidência.

Ted Kennedy: Ted foi senador por Massachusetts (Reprodução/Wikimedia Commons)

Os casos de infidelidade também foram notórios. JFK teve vários casos extraconjugais, incluindo com Marilyn Monroe.

Na geração seguinte, Michael Kennedy protagonizou um dos escândalos mais graves. Ele teria tido um caso com a babá de seus filhos que começou quando ela tinha 14 anos. Ele morreu antes de ser processado.

Documentos liberados por Trump

Em março de 2025, a administração de Donald Trump liberou aproximadamente 80 mil páginas de documentos sobre o assassinato de JFK. Os documentos revelaram detalhes sobre operações secretas da CIA e o monitoramento de Lee Harvey Oswald, o assassino de Kennedy, antes do crime.

Os documentos confirmam que a CIA tinha Oswald sob vigilância quando ele visitou as embaixadas soviética e cubana na Cidade do México semanas antes do assassinato, mas não compartilhou adequadamente essas informações com o FBI. Também revelam que 14 diplomatas cubanos eram agentes da CIA, incluindo dois embaixadores.

Apesar das revelações sobre operações secretas e falhas de comunicação entre agências, nenhum documento contradiz a conclusão oficial de que Oswald agiu sozinho. As teorias de conspiração que alimentam o imaginário popular há mais de 60 anos permanecem sem comprovação.

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