Redatora
Publicado em 17 de dezembro de 2025 às 11h47.
Última atualização em 17 de dezembro de 2025 às 13h16.
Geração Z, consumo de álcool e bares estão no centro de uma mudança no mercado de alimentação e entretenimento. Jovens adultos bebem menos do que gerações anteriores, mas relatam desconforto ao falar publicamente sobre não consumir bebidas alcoólicas. Esse comportamento já força bares e restaurantes a rever cardápios, espaços e modelos de experiência.
Uma nova pesquisa da Heineken, e divulgada no Business Insider, indica que consumidores com menos de 35 anos se sentem menos à vontade para explicar por que não bebem.
Embora 72% dos americanos aceitem recusar álcool com um simples “não, obrigado”, apenas cerca de metade dos jovens se sente confortável ao consumir bebidas com baixo teor alcoólico ou sem álcool em público.
O dado contrasta com o menor nível geral de consumo da Geração Z. O receio de ser questionado cria um paradoxo: jovens bebem menos, mas sentem pressão social para justificar escolhas.
Segundo pesquisadores, o álcool ainda é visto como um elemento de integração social, o que torna a recusa um potencial fator de constrangimento em ambientes coletivos.
A mudança de comportamento tem impacto direto no modelo de negócios do setor. Operadores de bares relatam ajustes em tempo real, com ampliação da oferta de mocktails, bebidas sem álcool e opções de baixo teor alcoólico, apresentadas com o mesmo destaque visual e preço dos coquetéis tradicionais.
Especialistas em mercado de bebidas ouvidos pelo Business Insider apontam que a Geração Z adota uma postura mais consciente em relação à saúde e aos custos. Com coquetéis frequentemente acima de US$ 15, jovens optam por alternativas que consideram ter melhor custo-benefício, sem abrir mão da socialização. O foco deixa de ser o volume consumido e passa a ser a experiência oferecida.
Além do cardápio, o ambiente também muda. Bares voltados ao público jovem investem em jogos, eventos temáticos, design marcante e espaços pensados para interação social. A proposta é reduzir o álcool como elemento central e ampliar atividades que permitam convivência sem pressão para beber.
Esse reposicionamento reflete uma tendência mais ampla: espaços de convivência passam a priorizar pertencimento, estética e experiências compartilhadas.
Para o setor, adaptar-se a esse padrão se tornou um fator relevante para manter público e receita em um cenário de transformação do consumo.