Chefe do necrotério de Harvard é acusado de vender restos humanos
Ele, sua mulher e outros 5 possíveis cúmplices foram acusados de participar de uma "rede nacional" de compra e venda de restos humanos
Agência de notícias
Publicado em 14 de junho de 2023 às 20h38.
O diretor do necrotério da renomada Faculdade de Medicina de Harvard supostamente retirou do local, sem permissão, partes de corpos, que depois vendeu, informaram nesta quarta-feira, 14, procuradores dos Estados Unidos.
Cedric Lodge, 55 anos, foi acusado de traficar restos humanos roubados, apontou em comunicado o procurador Gerard Karam. "Alguns crimes desafiam o entendimento."
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"É extremamente perverso quando se pensa que as vítimas se ofereceram voluntariamente para que seus restos mortais fossem usados para educar profissionais da medicina e promover a ciência e a cura", acrescentou Karam.
"Rede nacional"
Lodge, sua mulher, 63, e outros cinco possíveis cúmplices foram acusados de participar de uma "rede nacional" de compra e venda de restos humanos. Segundo a promotoria, entre 2018 e 2022 Lodge "roubou órgãos e outras partes de corpos doados para pesquisa médica e educação antes de suas cremações".
Lodge é acusado de levar os restos de Havard, em Boston, até sua casa, em Goffstown, New Hampshire, onde, juntamente com sua mulher, os vendeu a dois outros acusados: Katrina Maclean e Joshua Taylor.
Às vezes, Lodge "permitia que Katrina e Taylor entrassem no necrotério e examinassem os cadáveres, para escolher qual comprar", destacou a promotoria. Segundo os procuradores, Maclean e Taylor revendiam os restos em seguida.
A acusação afirmou que Katrina enviou pele humana a Taylor para que a "queimasse" para produzir couro, informou o jornal "The Boston Globe".
Lodge estava a cargo do programa de doações anatômicas do necrotério de Harvard. A universidade informou que ele foi demitido em 6 de maio.
Outra acusada supostamente roubou restos de um necrotério do Arkansas no qual trabalhava, incluindo corpos de dois bebês natimortos que deveriam ser incinerados e devolvidos às suas famílias.
Outros dois acusados supostamente compraram e venderam restos entre si, trocando mais de 100.000 dólares (cerca de R$ 485.000) em pagamentos eletrônicos.