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21 anos de Jovem Nerd: como sair de um canal para uma fábrica de conteúdo?

Em entrevista à EXAME POP, Alexandre Ottoni, criador do Jovem Nerd, destaca os próximos passos da marca após a "maioridade"

Jovem Nerd: marca completa 21 anos em abril (Jovem Nerd/Divulgação)

Jovem Nerd: marca completa 21 anos em abril (Jovem Nerd/Divulgação)

Luiza Vilela
Luiza Vilela

Repórter de POP

Publicado em 26 de abril de 2023 às 08h58.

Última atualização em 26 de abril de 2023 às 13h39.

Em 2023, o Jovem Nerd, um dos maiores sites dedicados a informação sobre cultura pop do Brasil, completa 21 anos de existência. São também dois anos desde que a marca foi integrada ao portfólio do Magazine Luiza, fator que mudou um pouco a trajetória do site, "mas sem mudar o nosso conteúdo", confirma Alexandre Ottoni, o próprio "Jovem Nerd".

De 2002 para cá, é claro, muita coisa mudou. O apoio da varejista, interessada no alcance do Jovem Nerd, também tratou de manter várias portas abertas. E o sucesso do site se consolidou: além de todo o conteúdo voltado para os fãs de cultura pop, os podcasts da marca seguem no topo da lista dos mais ouvidos no país — sendo o NerdCast o líder do ranking.

Na cabeça de Alexandre e de Deive “Azaghal” Pazos, criadores do Jovem Nerd, atingir a "maioridade" é um processo que transborda orgulho, mas ainda não atingiu toda a sua capacidade. "A nossa principal posição hoje é de ser uma fábrica de conteúdo", afirmou Ottoni. E daqui para frente, esse objetivo tem várias ferramentas para um alcance bem rápido.

A fábrica de conteúdo do Jovem Nerd

"Para nos tornarmos, de fato, uma fábrica, a gente tá expandindo esse conteúdo de diversas formas. Não fazemos só o nosso conteúdo, o arroz com feijão que a gente chama, né?", afirmou Ottoni em entrevista à EXAME POP. "O Jovem Nerd e a Magalu juntos, isso veio para proporcionar essa capacidade de expandir o nosso conteúdo. E está acontecendo: temos podcasts novos, expandimos o NerdBunker — a nossa redação que fala sobre o a parte jornalística do universo entretenimento. Estamos com novos projetos de expansão para o RPG e ainda tem muito pela frente", completa.

Desde a aquisição, o portfólio do Jovem Nerd cresceu em várias de suas áreas de produção. Foram novos podcasts, cobertura da Copa do Mundo e do Big Brother Brasil — que encerrou a edição de 2023 na última terça-feira —, matérias jornalísticas, lives no YouTube e eventos que expandiram o horizonte do "mundo nerd".

"A gente tem expandido o conteúdo para além da parte 'nerd'. Claro que ela é o coração do nosso negócio, mas a gente não fala mais só de Marvel e DC, de RPG e de série ou filme, a gente fala de ciência de história, de filosofia, de comportamento e até de psicologia. Achamos um meio para divulgar conhecimento e conteúdo e é nisso que temos nos apoiado nos últimos anos e nos próximos que vem por aí", acrescenta Ottoni.

Dois anos com Magalu: o que mudou?

Desde antes da aquisição do Magazine Luiza tanto o Jovem Nerd quanto Azaghal se mantiveram bastante firmes: a parceria viria somente para somar na parte "burocrática" do negócio, mas sem efeito direto na linha editorial do site e nem do conteúdo dos podcasts.

Dois anos depois, a promessa foi cumprida, embora muita coisa já tenha mudado de lá para cá. "Desde o início, a gente deixou muito claro que a ideia era de cada um somar em algo que o outro buscava. A gente buscava tipo back office, alguém que realmente tomasse conta da 'burocracia', porque o Jovem Nerd sempre foi uma empresa independente", conta Ottoni. "Todos os nossos concorrentes tinham investidores e isso foi essencial para o nosso crescimento, uma excelente parceria no sentido de proporcionar esse essa expansão de do nosso conteúdo".

O valor da venda não foi divulgado por nenhuma das partes, mas em entrevista à EXAME no ano passado, Azaghal reveou que apenas o NerdCast cresceu 64% em faturamento em relação ao mesmo período no ano anterior.

Hoje, após a aquisição, o portfólio de podcasts do Jovem Nerd já conta, além do NerdCast, com podcasts como "Mau Acompanhado", "Lá do Bunker", "Caneca de Mamicas", "Papo de Parceiro" e os especiais de RPG.

"A gente já tá em dois anos de aquisição agora em abril e a gente nunca teve uma reunião com a diretoria da Magalu para falar sobre conteúdo. Nunca ninguém veio perguntar 'por que vocês fizeram isso' ou 'Por que que vocês não fazem isso?'. Temos reuniões, claro, mas a nossa escolha de conteúdo nunca foi questionada", salientou Ottoni.

O que vem por aí?

O portfólio do Jovem Nerd segue em constante evolução. Em 2023, a marca lança França e o Labirinto, áudiossérie inédita protagonizada por Selton Mello, que estará disponível em breve no Spotify.

"É uma série que é um thriller, um é mistério. Não tem ninguém com superpoder, não é ficção científica nem nada, é uma história muito 'pé no chão', uma história que fura a bolha do do mundo nerd", descreveu o Jovem Nerd.

No final do ano passado, a marca também lançou um livro de RPG próprio e pretende expandir o portfólio na área dos games. "A gente tá desenvolvendo junto com a DX Gameworks, um um card game digital. É um videogame, ele vai estar em todas as plataformas, totalmente baseado na nossa propriedade intelectual, num universo não muito muito baseado no primeiro livro", finaliza o criador.

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