Take Blip capta US$ 70 milhões para levar a conversa com empresas para os chats
Com rodada série B liderada pela gestora americana Warburg Pincus, startup mineira de mensagens quer melhorar tecnologia, atrair talentos e expandir empreitada em outros países
Maria Clara Dias
Publicado em 7 de junho de 2022 às 09h30.
Criar novos mecanismos para atrair talentos e reter profissionais experientes em meio a briga acirrada por mão de obra qualificada e avançar numa estratégia ousada de internacionalização. É assim que a Take Blip, startup dedicada a criar soluções de comunicação para empresas, deve queimar um novo caixa milionário recebido nesta terça-feira, 7. A empresa levantou 70 milhões de dólares em uma rodada série B liderada pela Warburg Pincus, gestora americana de private equity.
O investimento vem menos de dois anos após a Warburg Pincus, um grupo com mais de 80 bilhões de dólares em ativos e que já apoiou grandes companhias como Petz, Eleva Educação Blu e Sólides, ter colocado seu primeiro cheque na empresa. Na época, foram US$ 100 milhões investidos na mineira de mensagens.
A Take Blip não é um negócio novato. Pelo contrário. Com 23 anos de mercado, a empresa mineira fundada pelos sócios Roberto Oliveira, Daniel Costa, Antônio Oliveira, Marcelo Oliveira e Sérgio Passos já reconfigurou algumas vezes seu modelo de negócios, mudando seu enfoque e os produtos estrela do portfólio.
De soluções de SMS para empresas, a Take mudou para uma plataforma completa de gestão automatizada de canais de comunicação entre empresas e seus clientes — entre eles WhatsApp, Telegram, Instagram, Facebook Messenger, Google Business Messages e Apple Messages for Business, além dos chatbots.
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A solução da Take é especialmente interessante para os empreendimentos de grande porte, já que a monetização é feita com base no volume de tráfego na plataforma. Entre os 3.000 clientes da startup estão nomes como Itaú Unibanco, Coca-Cola, Fiat, Claro, Nestlé, Hermes Pardini, BMG, Safra, PagSeguro, Dell, General Motors, Hotmart e Mercado Pago.
Talentos em tecnologia
Com o investimento, a Take Blip deve concentrar os esforços em melhorias de produto, expansão internacional e crescimento do time. O grande foco está no mercado norte-americano, onde a Take já tem grandes clientes como a gigante de tecnologia Dell — mas a startup quer agora uma operação local.
Em um momento crucial para as startups, em que a disputa por talentos é cada vez mais intensa, o novo incentivo financeiro também pode servir de alavanca para a atração de gente qualificada na empresa. "Além de escalarmos nosso negócio a nível internacional impactando positivamente o mercado conversacional, poderemos investir na atração, retenção e engajamento de novos talentos, elevando a competitividade da empresa", diz Daniel Costa, cofundador da empresa.
Em outra frente, o cheque deve contribuir para que a temporada de aquisições na Take Blip continue aberta. Em janeiro, a Take Blip anunciou a aquisição da startup mineira Stilingue, que monitora comentários de usuários em redes sociais a fim de mostrar a empresas o que o público tem a dizer sobre uma marca. Novas aquisições são esperadas para 2022, segundo a empresa.
“Esse novo aporte também mostra que o Brasil é uma das geografias líderes em inovação de software e temos orgulho de fazer parte disso”, diz Roberto Oliveira, CEO e cofundador da Take Blip.
A expectativa da startup é gerar uma receita recorrente de R$ 600 milhões em 2022. Em 2021, o resultado foi de R$ 360 milhões. No início do ano, a receita ultrapassou os R$ 100 milhões.