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Quem são o grupo Comporte e a CRRC, vencedores do leilão do trem de São Paulo a Campinas

Consórcio das duas companhias foi o único a apresentar proposta no leilão do trem intercidades

Trem da CPTM: linha 7-rubi foi leiloada nesta quinta, junto com o leilão do trem intercidades (Rovena Rosa/Agência Brasil)
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 29 de fevereiro de 2024 às 17h34.

Última atualização em 29 de fevereiro de 2024 às 18h13.

Um consórcio composto por dois grupos empresariais venceu o leilão de um trem que ligará São Paulo a Campinas. A única proposta apresentada foi a do C2, formado pelo grupo Comporte e pela estatal chinesa CRRC.

O projeto tem três partes distintas: um trem expresso (TIC) ligando Campinas até a estação Barra Funda, em São Paulo, um trem metropolitano (TIM) para conectar Jundiaí a Campinas, com paradas em Valinhos, Vinhedo, Louveira e Jundiaí, e a atual linha 7-rubi da CPTM. O vencedor do leilão passará a operar os três serviços.

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Quem é o Grupo Comporte

O Grupo Comporte é uma holding brasileira formada por empresas de transporte rodoviário e urbano de passageiros, cargas e turismo. Foi fundado em 2002 pelo empresário Nenê Constantino, que também criou a companhia aérea Gol, hoje uma companhia aberta em recuperação judicial.

Na lista das empresas controladas pelo grupo estão as companhias:

Em 2022, o Comporte também levou a concessão do metrô de Belo Horizonte, em um leilão que teve uma única proposta. Em 2023, registrou uma receita líquida de 2,9 bilhões de reais, um crescimento de 18% em relação ao ano anterior.

A EXAME tenta contato com a empresa para um posicionamento sobre quais os planos da companhia com a proposta para o leilão do trem intercidades de São Paulo.

Quem é a CRRC

Com sede em Pequim, na China, a CRRC tem 46 subsidiárias e mais de 180.000 empregados, e é considerada uma das maiores fornecedoras mundiais de equipamentos de transporte ferroviário. As suas principais atividades abrangem:

De acordo com a própria empresa, o faturamento anual da companhia é de 37,8 bilhões de dólares. Com isso, figura entre as 500 maiores companhias do mundo. No Brasil, já forneceu trens para a Supervia e o metrô do Rio de Janeiro.

“A CRRC tem sido uma das empresas que conseguiram uma cobertura completa de linhas de produtos na indústria global de transporte ferroviário”, diz o presidente da companhia, Ma Yunshuang, em uma mensagem no site da empresa. “Atualmente, os produtos são exportados para mais de 100 países e regiões do mundo. A exportação de produtos também vem mudando para exportação de tecnologias, produção de bens de capital e transformação de negócios globais. A rede de negócios global foi basicamente estabelecida”.

Atualmente, há especulações de que a empresa possa construir uma fábrica de material rodante em São Paulo. A reportagem tenta contato com a companhia.

Como será o trem Intercidades

O TIC, de São Paulo a Campinas, terá velocidade média de 95 km/h, podendo chegar a 140 km/h. O trajeto será de 101 km, com parada em Jundiaí. Com isso, a viagem de ponta a ponta deve durar uma hora e quatro minutos.

A tarifa máxima foi estipulada em 64 reais, com correção inflacionária até o ano de entrada em operação, inicialmente para 2031.Cada trem poderá levar até 860 passageiros, segundo o governo de São Paulo. Já para2029, deve ficar pronto o TIM, serviço com paradas, que conectará Jundiaí a Campinas. Esse trem terá tarifa máxima de R$ 14,15, que também serão corrigidos. A linha 7-Rubi segue a tarifa dos transportes sobre trilhos da Grande São Paulo, atualmente em 5 reais.

Mapa do projeto do trem intercidades (Arte/Exame)

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