Você sabe quantas empresas o Magazine Luiza comprou desde 2020?
Varejista ampliou frentes de negócio e reforçou superaplicativo Magalu; em 2019, companhia comprou a Netshoes
Gabriel Aguiar
Publicado em 29 de julho de 2021 às 18h31.
Última atualização em 30 de julho de 2021 às 09h59.
Talvez você já tenha perdido as contas, mas, desde o início de 2020, o Magazine Luiza — ou Magalu, para os íntimos — comprou 21 empresas. Para ter ideia, apenas em agosto do ano passado, o gigante varejista anunciou quatro aquisições. Todas fazem parte de um plano maior: criar um ecossistema de negócios no estilo superapp. Ou seja, praticamente a estratégia da todo-poderosa Amazon.
Em dez anos, a companhia fundada pelos tios de Luiza Helena Trajano saltou de 20.000 investidores, logo que abriu o capital, para mais de 550.000 acionistas. Além disso, o valor de mercado cresceu 50 vezes e, hoje, supera os 150 bilhões de reais. Outro indicativo dos acertos do Magalu é que as vendas nos canais digitais representam 70% da receita (que soma 12,5 bilhões de reais em 2021).
“Definimos, no fim de 2020, os setores nos quais queremos avançar. São eles: novas categorias; fintech; Magalu as a Service; e Magalu Ads. Todas as nossas aquisições são pensadas para que a empresa possa avançar dentro dessas linhas estratégicas. Também definimos que, neste ano, levaríamos nossa logística a outro patamar”, afirma Eduardo Galanternick, vice-presidente de negócios.
“Todas essas aquisições são muito pensadas. O due diligence [ investigação de oportunidade de negócio ] começa ainda antes da compra. Antes de fechar negócio, a gente costuma averiguar se a adquirida tem a mesma cultura que o Magalu, se os donos têm nosso pensamento. Eles, aliás, sempre são mantidos na operação, trazendo a expertise para aprimorar o nosso negócio conjunto”, diz.
Fevereiro de 2020
Pouco antes da pandemia, o Magazine Luiza comprou a Estante Virtual, site de vendas de livros que era da Livraria Cultura, por 31 milhões de reais. Neste caso, o principal objetivo da varejista era aumentar a variedade de produtos nos canais de vendas — que, naquele momento, ainda estavam concentradas em eletrônicos e eletrodomésticos. Assim, 240.000 títulos poderiam ser integrados.
Julho de 2020
É provável que você não conheça a Hubsales, mas a plataforma já movimentava 100 milhões de reais e fazia mais de 700.000 pedidos por ano. E, em meados de 2020, o gigante varejista conclui essa aquisição para se aventurar em Factory to Consumers (F2C), principalmente nos setores de calçados e confecções. Além de o marketplace, a ferramenta também permite fazer gestão e marketing.
Agosto de 2020
Naquele mês, o Magazine Luiza comprou quatro empresas para diferentes frentes de negócio: o site de tecnologia Canaltech, com 24 milhões de visitantes únicos; a Inloco, plataforma para publicidade digital que foi integrada ao MagaluAds; a Stoq, desenvolvedora de sistema de pontos de venda para varejistas especializados; além da Betta, companhia que cria aplicativos para smartphones.
Setembro de 2020
Foi a vez da startup paranaense AiQFome ser integrada ao Magalu para disputar o segmento de delivery de comida — assim como iFood e Rappi. Novamente, essa aquisição foi pensada para aumentar o poder do superaplicativo, também se associando à carteira digital da companhia, batizada MagaluPay. Mesmo antes da negociação, a plataforma movimentava 700 milhões de reais a cada ano.
Outubro de 2020
De uma só vez, o Magazine Luiza fechou a compra da GFL, empresa de logística dedicada ao comércio de eletrônicos, e da Sinclog, que fornecia toda a tecnologia necessária para todo esse processo. Com isso, o gigante varejista incorporou também 850 motoristas que trabalhavam em 600 municípios para reduzir o prazo de entregas. No mesmo mês, adquiriu a plataforma de ensinos ComSchool.
Dezembro de 2020
Antes de fechar 2020, o Magalu comprou a fintech Hub, fundada por Carlos Wizard em 2012. E, de novo, o objetivo era integrar novas funcionalidades ao superapp, como depósitos, transferências, pagamentos, saques, além de serviços como recargas de celular e vale-transporte. Foram desembolsados 290 milhões de reais para concluir essa negociação, que já incluía 4 milhões de contas digitais.
Março de 2021
Demorou três meses para que o Magazine Luiza movimentasse o mercado neste ano. Mas, somente em março, o gigante anunciou a compra de quatro novas companhias: a VipCommerce, que oferece sistema a 100 redes de supermercado em 18 estados brasileiros; a Steal The Look, plataforma de moda e beleza; além de ToNoLucro e GrandChef, ambos focados em delivery de alimentos prontos.
Abril de 2021
Com somente 40 funcionários, a startup SmartHint chamou a atenção do Magalu e, como resultado dessa movimentação, as ações do gigante varejista subiram 8% na bolsa. E o grande destaque da companhia é utilizar inteligência artificial para facilitar as buscas em lojas online. No mesmo mês, o conglomerado fez a aquisição do site Jovem Nerd, especializado em produção de conteúdo na internet.
Junho de 2021
Focado em expandir as soluções financeira do superapp, o Magazine Luiza anunciou a compra da Bit55, processadora de crédito e débito na nuvem que permitiria a emissão de cartões — além das opções pré-pago e contas digitais já oferecidas até então. E, semanas depois, incorporou o aplicativo Plus Delivery, que realiza entrega de refeições em 30 cidades e lidera o segmento no Espírito Santo.
Julho de 2021
Na última semana, o varejista (que, até então, tinha feito 19 aquisições em 17 meses) anunciou a maior negociação desde a criação: pagou 3,5 bilhões de reais pelo Kabum!, plataforma de comércio eletrônico de produtos de tecnologia. Por fim, dias depois, anunciou a compra da Sode, especializada em entregas super-rápidas, realizadas em somente uma hora, e que já prestava serviços ao Magalu.