Investidora: pesquisa revela o que os principais fundos do Brasil pensam na hora do aporte
Repórter
Publicado em 31 de outubro de 2024 às 05h40.
O ecossistema de inovação brasileiro tem crescido rapidamente nos últimos anos. Apesar de enfrentar desafios econômicos e políticos, o cenário está mais competitivo do que nunca.
No passado recente, especialmente em 2022 e 2023, muitas startups tiveram dificuldade para captar recursos. Mas, em 2024, o mercado mostra sinais de recuperação – o que o fundador da aceleradora Motim, Silas Colombo, chama de “primavera das startups”.
Contudo, essa nova fase exige mais das startups: os investidores estão mais cautelosos e criteriosos na alocação de recursos. Isso significa que além de ter uma boa ideia ou um produto inovador, as startups precisam construir uma imagem forte e uma narrativa clara desde o início.
Idealizado pela Motim, a 2ª Pesquisa Nacional Sobre o Impacto das Relações Públicas no Mercado de Inovação - a visão do investidor mostra que 91% dos investidores acreditam que uma boa reputação é essencial para que uma startup receba investimentos.
Isso significa que, para a maioria dos investidores, não basta ter apenas uma boa ideia ou produto inovador – é necessário construir uma imagem sólida e transmitir confiança.
Para construir esse cenário, a pesquisa ouviu 50 decisores de alocação de investimento de venture capital, corporate venture capital, private equity e aceleradoras/ incubadoras, além de investidores independentes. Entre os grupos respondentes estão fundos como Maya, Monashees, Astella, Canary, Caravela, VOX Capital, Supera, Darwin, ACE, Endeavor e Oxygea.
Para a maioria dos investidores, a marca pessoal do fundador de uma startup é mais do que apenas um detalhe. Segundo o estudo, uma imagem positiva do fundador ajuda a transmitir segurança e credibilidade, fatores que aumentam as chances de uma startup conseguir o aporte financeiro necessário para crescer.
O levantamento mostra que a construção de uma boa reputação começa cedo: 80% dos investidores afirmaram que o impacto da marca é sentido já nas primeiras rodadas de captação, como nas fases de pré-seed e seed.
Isso contraria a ideia de que relações públicas e fortalecimento de marca são estratégias apenas para startups já estabelecidas. Na verdade, a clareza na comunicação da proposta de valor é apontada como o atributo mais importante por 55% dos investidores entrevistados.
O estudo revelou que, ao considerar uma startup para investir, os investidores avaliam diversos fatores, como o potencial de crescimento e a transparência na comunicação. Além disso, eles se interessam por temas específicos quando se trata de comunicação:
Essa atenção aos detalhes demonstra que os investidores estão cada vez mais exigentes. Não basta ser inovador ou atuar em um setor promissor.
“É preciso ter uma narrativa clara sobre o porquê de a marca ser especial e como ela resolve um problema de forma única”, diz Colombo. Isso envolve não apenas uma ideia inovadora, mas também a capacidade de comunicar essa proposta de valor de forma consistente e eficiente.
Para os fundadores que desejam melhorar sua reputação e atrair investidores, a pesquisa traz algumas recomendações: