Na JBS, as incertezas vão além do balanço
ÀS SETE - A principal dúvida da empresa que se envolveu em diversos escândalos neste ano é se ela conseguirá honrar suas dívidas
Da Redação
Publicado em 13 de novembro de 2017 às 06h47.
Última atualização em 13 de novembro de 2017 às 15h54.
Enquanto tem seu nome envolvido em noticiários e investigações sobre corrupção, a companhia de alimentos JBS publica seu balanço nesta segunda-feira. O objetivo é mostrar que os negócios vão bem, ainda que seus dois principais acionistas e ex-executivos estejam presos.
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Em relatório com a expectativa de resultados, analistas do Itaú BBA projetavam uma alta de 75,7% no lucro do terceiro trimestre, na comparação anual, para 1,55 bilhão de reais. Mas isso foi antes de a JBS divulgar, na semana passada, que aderiu ao Programa Especial de Regularização Tributária, conhecido como Refis.
Conforme a companhia, a adesão ao programa trará um impacto negativo de 2,3 bilhões de reais em seu lucro no terceiro trimestre. A notícia fez as ações da empresa caírem 4,8% em apenas um dia.
Apesar da aparente normalidade da empresa, ainda há muitas incertezas em seu caminho. A principal é se a empresa conseguirá honrar suas dívidas. Em julho o até então presidente da empresa, Wesley Batista, conseguiu firmar um acordo nos bancos para adiar o pagamento de um total de 20 bilhões de reais em dívidas.
Wesley foi visto como uma peça fundamental para essa negociação, já que tinha bom relacionamento com os bancos e conhece os negócios da JBS como ninguém. O problema é que o acordo feito vence em julho de 2018. A partir daí, não há garantias de que a JBS conseguirá renegociar novamente. Ainda mais se Wesley permanecer preso.
A missão está com José Batista Sobrinho, o próprio JBS, fundador da companhia e hoje presidente executivo, e o agora presidente do conselho de administração, Jeremiah O’Callaghan.
O comando da empresa é outra questão incerta até o momento. Desde agosto o BNDES, segundo maior acionista da JBS, compra briga com a família Batista para afastá-la do comando. O impasse entre os dois está em processo de arbitragem, uma maneira de tentar resolver conflitos sem a participação da Justiça.
Atualização das 16h.
A JBS esclarece que:
1) A JBS é a maior processadora de proteína animal do mundo e a segunda maior empresa global de alimentos. Com um diversificado portfólio de produtos, composto por dezenas de marcas reconhecidas mundialmente por sua qualidade, a JBS exporta para mais de 150 países e possui mais de 300 mil clientes ativos em todo o mundo.
2) A empresa tem saúde financeira robusta, com um fluxo de caixa positivo e tem reportado bons resultados trimestre após trimestre. No segundo trimestre de 2017, a JBS anunciou receita líquida de R$ 41,7 bilhões e lucro líquido R$ 309,8 milhões. Prova de que as operações no Brasil e no mundo continuam em ritmo normal e todas as estratégias em andamento estão dentro do plano de negócios previamente estabelecido.
3) Dando continuidade ao objetivo de se tornar uma referência global em relação às melhores práticas mundiais, a JBS anunciou uma série de medidas nas suas áreas de governança corporativa e compliance. Entre elas, a atual composição do Conselho de Administração, que passa a ter quatro conselheiros independentes; o novo programa “Faça Sempre o Certo”, a contratação de Marcelo Proença para o cargo de Diretor Global de Compliance e a assessoria do escritório White & Case LLP, para apoiar o novo projeto da companhia.
4) No início deste semestre, a JBS concluiu a renegociação de sua dívida com instituições financeiras no Brasil e no exterior, que possibilitou a estabilização do endividamento da empresa e forte trabalho de desalavancagem, trazendo a segurança necessária para suas atividades e relações com todos os seus stakeholders.
A JBS tem uma estrutura operacional e financeira robusta e continuará entregando resultados consistentes para honrar o compromisso com seus acionistas, fornecedores, clientes e os 230 mil colaboradores que a empresa emprega em todo o mundo, sendo 128 mil apenas no Brasil."