São Paulo – Acontece hoje, em Paris, o encontro que vai definir o futuro da Casas Bahia. O presidente do grupo francês Casino, Jean-Charles Nouri, acionista majoritário do Grupo Pão de Açúcar, encontrará a família Klein, dona hoje de 47% da Viavarejo, que reúne Casas Bahia, Ponto Frio, e Nova Pontocom (braço online do grupo) com uma missão: negociar a retomada dos Klein ao controle da empresa.

As especulações sobre as intenções dos Klein em assumir novamente o controle da empresa da família acontece há meses, com mais intensidade a partir de junho deste ano. Naquele mês o Casino havia assumido o controle do Grupo Pão de Açúcar no Brasil, comandado até então pelo empresário Abílio Diniz.

A troca de comando aconteceu depois de uma série de troca de farpas públicas, fruto dos conflitos de interesses entre Diniz e os sócios franceses. O resultado foi a saída de Diniz do comando depois dele ter vendido sua parte na empresa por 10,5 milhões de dólares. Com a operação, o grupo francês elevou sua participação acionária na Wilkes para 52,4% e Abilio ficou com 47,6% do grupo.

Segundo a edição 1027 da Revista EXAME, a família Klein enviou uma carta, em outubro, ao Pão de Açúcar pedindo uma indenização em razão de supostos equívocos no cálculo do valor das empresas na época da fusão.

O plano de Klein seria se associar ao fundo americano de private equity KKR para bancar a proposta, segundo a coluna de Lauro Jardim, na Veja. Segundo o blog, o Casino não tem interesse em se desfazer do braço de varejo de eletroeletrônicos do Grupo Pão de Açúcar, mas tudo depende da proposta que for apresentada.

No último dia 8, Raphael Klein entregou o posto de CEO da Viavarejo, ocupado desde 2010, ano da fusão da Casas Bahia com o Grupo Pão de Açúcar, para passar para o conselho administrativo da varejista no lugar de José Luiz Majolo. “Tenho certeza que fiz meu papel e vou passar a companhia com números positivos”, afirmou o empresário, em teleconferência com analistas.

Sob o comando do Casino, desde a saída de Diniz, o conselho passou também a ser mais colaborativo. As reuniões, que aconteciam a cada 45 ou 60 dias, passaram a ser feitas a cada 30.