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Fiat submete investimentos à reforma trabalhista

Milão - O chefe da Fiat, Sergio Marchionne, deu uma guinada em direção à cultura empresarial anglo-saxã, ao submeter futuros investimentos a uma revisão dos acordos sobre as condições do mercado de trabalho na Itália, com maior flexibilização. A Fiat continua disposta a investir 20 bilhões de euros na Itália para aumentar a sua produção, […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

Milão - O chefe da Fiat, Sergio Marchionne, deu uma guinada em direção à cultura empresarial anglo-saxã, ao submeter futuros investimentos a uma revisão dos acordos sobre as condições do mercado de trabalho na Itália, com maior flexibilização.

A Fiat continua disposta a investir 20 bilhões de euros na Itália para aumentar a sua produção, assegurou na quarta-feira Marchionne durante uma reunião com o governo e com os sindicatos.

Mas, desde que os acordos sejam revisados para permitir maior flexibilidade e tornar as empresas mais competitivas.

"Queremos administrar nossas empresas, isso não tem nada de obsceno. Aqui na Itália temos a impressão de que estamos dizendo algo aberrante", insistiu Marchionne, que quer fazer da aliança Fiat-Chrysler uma das primeiras montadoras do mundo.

Na Itália, as condições trabalhistas são regidas em primeiro lugar por contratos negociados por setor em nível nacional.

Marchionne quer tirar seu grupo do contrato nacional da metalurgia, do qual depende. Isso causaria a saída da Fiat, maior empresa do país, da organização patronal Cofindustria.


Para evitar chegar a esse ponto, a Fiat e a Cofindustria tentarão chegar a uma solução para que a empresa possa ser beneficiada por alterações nas leis destinadas a aumentar a rotatividade e as horas extras dos empregados.

"Marchionne está causando uma guinada sem precedentes nas relações sociais na Itália" ao "fazer de tudo para deslocar o centro de gravidade do contrato nacional para o contrato de empresa. Seu êxito na América do Norte depende muito disso", analisa Maurizio Del Conte, professor de Direito do Trabalho da Universidade Bocconi, em Milão.

"Segue uma estratégia que vai mais além da situação italiana", já que "a Fiat já não é somente italiana, e sim americana também", acrescenta.

Na quinta-feira, a Fiat propôs aos sindicatos a negociação de um acordo inédito para a Itália, inspirando-se no assinado em junho em Pomigliano (sul) em troca da relocalização da produção do modelo Panda.

Depois, acordos poderão ser definidos fábrica por fábrica.

O acordo de Pomigliano, que dividiu os sindicatos e foi rejeitado por mais de um terço dos funcionários, permitirá à Fiat deixar a fábrica funcionando 24 horas por dia durante seis dias, aumentar a quantidade de horas extras e aplicar punições por um grande número de faltas.

Para aplicá-lo, a Fiat criou uma empresa para contratar os funcionários que já não dependem do contrato nacional até que o grupo obtenha as mudanças que exige.

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