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Faturamento das PMEs avança 5,8% em outubro e inicia quarto trimestre em crescimento

Índice IODE-PMEs destaca bom crescimento do Comércio, mas alerta para desaceleração. Entenda

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 27 de novembro de 2024 às 06h04.

A movimentação financeira das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras em outubro cresceu 5,8%, de acordo com o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs). No acumulado do ano, o setor também apresenta um avanço de 5,8%.

“Apesar dos desafios no ambiente de negócios, o aquecido mercado de trabalho e a elevação da renda real têm sustentado o consumo das famílias”, diz Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da plataforma de gestão na nuvem Omie.

O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, divididas em 701 atividades econômicas que compõem quatro grandes setores: Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.

Crescimento setorial

O resultado positivo das pequenas e médias empresas em outubro foi impulsionado pela continuidade da recuperação do Comércio, que registrou alta de 16%. O segmento mantém a tendência de crescimento já verificada no decorrer do terceiro trimestre, tanto entre PMEs do atacado, quanto no varejo.

No mesmo caminho de aceleração está a Indústria, que teve expansão de 5,5% no faturamento de outubro. O progresso foi menos disseminado entre os segmentos da indústria de transformação. Dos monitorados pelo IODE-PMEs, apenas 11 apresentaram aumento no faturamento em outubro, com destaque para ‘Fabricação de móveis’, ‘Impressão e reprodução de gravações’ e ‘Fabricação de celulose e produtos de papel’.

As PMEs de Infraestrutura também registraram crescimento de 6% e o avanço de atividades como ‘Coleta, tratamento e disposição de resíduos’ e ‘Captação, tratamento e distribuição de água’. Houve retração de operações ligadas ao mercado de construção civil, como ‘Serviços especializados para construção’ e ‘Construção de edifícios’.

Perda de fôlego

O faturamento favorável do mercado no último mês, no entanto, não foi seguido pelas pequenas e médias empresas de Serviços, em que a movimentação financeira real se manteve estável. Do ponto de vista de expansão, no entanto, se destacam segmentos, como ‘Artes, cultura, esporte e recreação’, ‘Saúde humana e serviços sociais’ e ‘Atividades jurídicas, de contabilidade e de auditoria’.

O economista alerta perda de fôlego frente ao desempenho observado no decorrer dos meses anteriores, haja vista o avanço de 8,6% na média do terceiro trimestre de 2024. “É cedo para antever uma tendência duradoura de desaceleração no mercado de PMEs, mas é preciso se atentar para a queda de alguns condicionantes no período recente", diz o economista.

Ele cita a aceleração das pressões inflacionárias no país, movimento de subida da taxa básica de juros pelo Banco Central, queda da confiança do consumidor em outubro (segundo o ICC-FGV) e ainda o aumento das percepções de riscos domésticos (questão fiscal) e internacionais (tensões geopolíticas e comportamento da economia norte-americana)”, comenta o economista.

Mesmo assim, o especialista espera uma sustentação da atividade econômica doméstica, especialmente ligada à expansão do consumo das famílias.

“Considerando a performance das PMEs do Comércio nos últimos meses, as expectativas são positivas para a movimentação financeira dos negócios influenciados pelas datas sazonais do fim do ano, como Black Friday e Natal”, diz Beraldi, que mantém a projeção de crescimento de 6,4% para as PMEs em 2024.

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