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Eternit, com futuro em risco, divulga resultados

ÀS SETE - A quase octogenária fabricante de telhas revela o balanço em um dos períodos mais conturbados de sua história

Telhas, eternit (Eternit/Divulgação)

Telhas, eternit (Eternit/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de março de 2018 às 06h36.

Última atualização em 15 de março de 2018 às 07h30.

A quase octogenária fabricante de telhas Eternit publica seus resultados do quarto trimestre nesta quinta-feira em um dos períodos mais conturbados de sua história.

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Nos últimos anos a empresa amargou prejuízos, perda de valor de mercado, processos na Justiça e ainda viu sua matéria-prima ser proibida pelo Supremo Tribunal Federal.

Por conta de investimentos errados, a crise econômica e ainda a divergência de seus acionista sobre a melhor estratégia de negócios, a empresa acumulou um prejuízo de 46,6 milhões de reais nos nove primeiros meses do ano passado.

Somou-se a isso a decisão tomada no fim do ano passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de proibir a substância que sempre foi a matéria-prima de suas telhas: o amianto. A Eternit é líder da fabricação de telhas no país e uma das maiores exportadoras de amianto do mundo.

Um dia antes da decisão do STF, a empresa já havia anunciado o objetivo de substituir o amianto totalmente até o fim deste ano. Para isso, a Eternit colocou sua fábrica de polipropileno — substância alternativa ao amianto — em Manaus para operar a 100%.

Conhecida como boa pagadora de dividendos, a companhia tem sofrido uma queda de suas ações. Com isso, seu valor de mercado passou de 751,5 milhões de reais em 2013 para 175,4 milhões de reais atualmente.

Juntam-se a estes problemas os processos na justiça. A Eternit responde a casos de danos morais de trabalhadores que foram vítimas da contaminação com o amianto.

Atualmente há quatro ações públicas ajuizadas contra a companhia e três inquéritos civis. O caso mais grave para a empresa foi o de uma ação pública da cidade de Bom Jesus da Serra, na Bahia.

No caso, julgado em agosto do ano passado, a Justiça Federal condenou a subsidiária Sama a pagar 500 milhões de reais por danos. O valor da condenação é maior até mesmo que o valor de mercado da companhia. A Eternit está recorrendo da decisão.

Com tantos problemas, investidores esperam que o resultado desta quinta-feira não seja mais um.

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