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Ele tinha uma missão: tirar o milkshake do lugar de coadjuvante. Agora, fatura R$ 210 milhões

A Milky Moo, no mercado desde 2020, estima um faturamento de R$ 453 milhões em 2024

Lohran Soares, da Milky Moo: Eu vejo um oceano azul no Brasil inteiro (Milky Moo/Divulgação)
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 13 de fevereiro de 2024 às 10h05.

Última atualização em 13 de fevereiro de 2024 às 10h06.

A Milky Moo, rede  de milkshakes, tem cerca de 4 anos de vida e terminou 2023 com faturamento de  R$ 210 milhões. A receita, além de leite batido misturado a uma gama diversa de sabores, carrega os aprendizados de muitos anos de empreendedorismo.

Quem está por trás do negócio é o goiano Lohran Soares. Começou cedo o desejo de empreender nele: aos 12 já vendia brigadeiro na escola, e, aos 18, abriu a primeira loja com a mãe, a Sr. Lohran, de venda de sapatos.

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Da Sr. Lohran para a criação da Milky Moo, em 2020, se passam mais de 10 anos e muito 'perrengues'.

O negócio de calçados demorou para parar de pé. No início, acumulou dívidas e andou de lado. Quando  as coisas melhoravam, o lucro era reinvestido para ampliar o estoque da loja, mas pouco sobrava para os sócios.

A inconsistência nos rendimentos levou Soares a encarar uma jornada dupla, trabalhando na loja e também como garçom em uma rede de restaurantes. Em outro período, ele bateu de porta em porta oferecendo o livro do Código de Defesa do Consumidor.

Quando a Sr. Lohran ganhou musculatura e uma segunda loja, em 2015, a realidade começou a mudar. A vida mais pacata, na zona de conforto, não pareceu conversar muito bem com o espírito mais agitado de Lohran.

Como surge a marca Milky Moo

Em 2019, ele recebeu a proposta para abrir uma terceira unidade da rede com um representante comercial. Considerou, embora reticente, mas os custos elevados de aluguel em shoppings impediram a continuação do projeto. “O ponto custava R$ 500.000. Sem chance de abrir”, afirma Soares.

Na saída do centro comercial, um espaço reunia uma pequena aglomeração. Mantendo a tradição brasileira da curiosidade, Lohran e o representante comercial Paulo Sérgio da Silva foram ver do que se tratava. Era uma loja de uma rede local milkshake. “Vamos abrir uma para nós”, foi o pensamento comum aos dois.

Com investimentos de 120.000, a Milky Moo nasceu com quatro sócios. Além da dupla, Lucas Amin, filho de Silva, e Ana Clara Alves, gastróloga e responsável pela área de desenvolvimento dos produtos.

No concepção, um modelo escalável, com facilidade para transpor as fronteiras de Goiás e sem uma demanda intensiva de capital - ou seja, o oposto da loja de calçados. Mais importante ainda: tirar o milkshake do lugar de coadjuvante.

“Você não vê uma loja focada em milkshake apenas. Muitas vezes, ele é apenas uma opção dentro de uma sanduicheria ou de uma sorveteria. Entendemos que poderia ser uma oportunidade para ele se tornar protagonista”, afirma Soares.

A marca chegou com um estilo instagramável, colorida e malhada. A referência às vacas também está nos sabores. Os mais de 30 sabores têm nomes próprios, como mimosa (milkshake de morango) e malhada (com bolacha Oreo), por exemplo.

Além disso, a Milky Moo criou personagens, usados na comunicação nas redes sociais e também nas lojas, como enfeites e mimos de pelúcia. Na receita, contribuem com 4% de toda a rede hoje.

Qual é o futuro do negócio

“Eu acredito que o ideal seria que respondessem por 8% a 10% da receita. Para isso, o caminho é cada vez mais consolidação de marca”, diz.

Um dos objetivos é transportar esses personagens para outros ambientes, como pijamas, cadernos e agenda. “Eu não descarto que possamos complementar com outra coisa diferente que o mercado tem”.

Mas a grande atenção da Milky Moo está na expansão, prevista para chegar a 700 lojas ativas até o final do ano. Atualmente, são 340 abertas, de um total de 440 contratadas.

A rede trabalha com três modelos de franquia: quiosque, loja de rua e em shopping, com valores entre R$ 190.000 e R$ 290.000. O retorno médio, segundo a empresa, acontece no intervalo de 18 a 24 meses.

A abertura das novas operações deve elevar a receita do negócio para R$453 milhões, mais do que o dobro registrado em 2023. “Eu vejo um oceano azul no Brasil inteiro”, diz o empreendedor, já de olho na meta de chegar na loja número 1.000 em 2025.

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