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Como a compra da AOL pode fazer da Verizon uma nova Netflix

Expertise de venda de publicidade online da AOL pode ajudar a impulsionar app de streaming de vídeo da operadora


	Verizon: empresa comprou a AOL por 4,4 bilhões de dólares
 (Eric Thayer/Getty Images)

Verizon: empresa comprou a AOL por 4,4 bilhões de dólares (Eric Thayer/Getty Images)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 13 de maio de 2015 às 12h14.

São Paulo - A compra da AOL pela Verizon por 4,4 bilhões de dólares, anunciada na terça-feira (12), pode ser o impulso que faltava para a operadora de telefonia entrar de vez mercado de vídeos online.

Nos últimos anos, principalmente após a aquisição do Huffington Post, em 2011, a AOL conseguiu reverter maus negócios e, de uma plataforma na internet, se transformou em uma empresa de conteúdo e publicidade digital.

E parece ser exatamente a expertise de ganhar dinheiro com a venda de anúncios na web o que interessa à Verizon.

"A AOL voltou a ser um pioneiro digital e estamos animados com a perspectiva de traçar um novo curso juntos no mundo digitalmente conectado", disse Lowell McAdam, presidente da Verizon, em comunicado. 

Em março, a operadora anunciou que lançaria um aplicativo de streaming de vídeo para concorrer com o Netflix e o Hulu e deu a entender que o serviço não se sustentará por meio de assinaturas, mas de publicidade.

Mesma trilha

O negócio de telefonia móvel da Verizon é um dos maiores dos Estados Unidos. São cerca de 109 milhões de clientes, segundo o The New York Times.

Entregar conteúdo, publicidade e serviços para os usuários dessa vasta rede de smartphones pode gerar receitas e atrair novos clientes para a companhia.

O caminho é semelhante ao trilhado por outras concorrentes. A Comcast, por exemplo, comprou a NBCUniversal e a AT&T está para fechar a compra da DirectTV.

A Verizon já possui um serviço de TV comum e também já teve um serviço de streaming que não vingou, o Redbox. Ele foi lançado em 2013 e descontinuado no ano seguinte.

Desta vez, para tentar levar a ideia adiante, além do esperado suporte da AOL, a empresa conta com um projeto de desenvolvimento de streaming de vídeo que comprou da Intel no ano passado, o OnCue.

Mudança de planos

Unir conteúdo e distribuição já havia sido uma aposta da AOL. Em 2000, ela comprou a Time Warner por nada menos que 165 bilhões de dólares, mas o negócio foi desfeito em 2009.

Desde a separação, porém, o objetivo do presidente da AOL, Tim Armstrong, era mantê-la independente de outras grandes corporações.

Mas ele mudou de ideia depois de perceber como a Verizon poderia ajudá-lo a alavancar os negócios, conforme contou em entrevista ao Business Insider.

Armstrong percebeu que a operadora conecta 1,5 bilhão de dispositivos à internet e que 70% do tráfego da rede passa por seus cabos.

"Concluí que nós poderíamos construir uma companhia diferenciada em escala", disse ao site. Ele continua no comando da AOL, mesmo após a transação.

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