Negócios

Com queda no Hooters, rede aposta na Wendy’s

“Não tínhamos uma marca de fast food no nosso portfólio e sabemos que o brasileiro gosta muito de hambúrguer”, afirmou presidente da rede no Brasil

Wendy's: marca faz promoção em São Paulo, no Dia do Hambúrguer (Wendy's/Divulgação)

Wendy's: marca faz promoção em São Paulo, no Dia do Hambúrguer (Wendy's/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 5 de dezembro de 2017 às 10h00.

Última atualização em 11 de dezembro de 2017 às 11h05.

São Paulo – Motivada pela paixão brasileira por hambúrgueres e pelo crescimento do mercado de fast food, a holding Infinity Services aposta no crescimento da rede americana Wendy’s por aqui.

A holding, especializada em redes estrangeiras de restaurantes, também é a dona da marca Hooters no Brasil, que já foi sua maior aposta e hoje vive dias amargos. Agora, ela quer impulsionar o negócio com a expansão da Wendy’s, que chegou ao Brasil em 2016 e já tem cinco lojas abertas, em São Paulo e em Alphaville.

“Não tínhamos uma marca de fast food no nosso portfólio e sabemos que o brasileiro gosta muito de hambúrguer”, afirmou Marcel Gholmieh, presidente da Infinity Servites ao site EXAME, ao comentar a decisão de trazer a marca ao país.

O projeto levou quase três anos para sair do papel. “Fizemos muitos estudos para montar nosso plano de negócios”, disse. Trata-se uma joint venture entre a Infinity Services e o grupo Starboard, que opera alguns dos restaurantes da empresa nos Estados Unidos.

De acordo com Gholmieh, as cinco primeiras lojas servirão para testar e validar o modelo de negócios e para fazer as mudanças necessárias antes de dar continuidade à expansão. A empresa não abre os planos de crescimento, faturamento ou investimento.

Os ingredientes são todos preparados na hora e dentro da loja, afirma Gholmieh. O preço está na média do mercado, garante ele. O combo, com batatas e refrigerante, custa em média 30 reais.

Mercado de alimentação

A aposta é acertada e há muito espaço para crescer na categoria de hamburguerias, explica Fernando Cardoso, consultor do setor de alimentação da AGR Consultores.

A subcategoria de fast food é a que mais cresce no mercado de alimentação fora de casa, com alta de 11% em 2016, de acordo com levantamento da Euromonitor. Com 900 lojas, o McDonald's é líder do mercado, com participação de 27%.

O mercado de alimentação fora de casa deve gerar 23 bilhões de reais em vendas em 2017, segundo a Euromonitor, e deve chegar a 25 bilhões de reais em 2021. Apenas na categoria de fast food, serão 6,23 bilhões de reais em 2017 e 6,58 bilhões de reais em 2021, segundo estimativas.

Sob o mesmo guarda-chuva

Com os problemas com o Hooters, a Infinity Services quer, agora, se concentrar em suas outras marcas. Além da Wendy’s, a holding é responsável pelas operações do Jamie’s Italian, restaurante italiano do chef inglês Jamie Oliver que chegou ao Brasil em 2015, e do Benihama, de comida japonesa.

O grupo concentra todas as operações administrativas dessas marcas, como compras, contas a pagar e a receber, contratações e funções de recursos humanos, área jurídica, entre outras.

A ideia do modelo é cortar custos ao centralizar as operações em um único lugar. Segundo Gholmieh, esses gastos administrativos não são nada baratos, mas podem ser diluídos com a abertura de novas lojas.

“Tiramos as preocupações administrativas da loja, que pode se preocupar apenas com sua operação, oferecer refeições de qualidade e ter um ambiente agradável”, diz o presidente do grupo.

"É um bom modelo de negócios", diz o consultor Cardoso. "Há muita sinergia entre as marcas e cortes de custos. Também ajuda o grupo a ser mais robusto, já que é menos afetado por problemas pontuais ou sazonalidade de uma ou outra marca", afirma.

Ao contrário do Hooters, o novo empreendimento de fast food tem tudo para dar certo.

Acompanhe tudo sobre:Fast food

Mais de Negócios

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia

"Bar da boiadeira" faz investimento coletivo para abrir novas unidades e faturar R$ 90 milhões